sábado, 17 de outubro de 2009

Foi avisado

Foi avisado no início desta semana: Rubens Barrichello sempre pode surpreender. E ele confirmou essa tese em Interlagos.
Com 1min19s576, Barrichello cravou a pole e sai na frente no GP do Brasil. Mark Webber sai em segundo e Adrian Sutil em terceiro. Para quem quer ver a decisão acontecer só em Abu Dhabi, dia 1º, as notícias são excelentes: Jenson Button sai em 14º e Sebastian Vettel em 16º.
Barrichello não era pole desde o GP do Brasil de 2004. E desde 2006, os brasileiros fazem o melhor tempo em Interlagos.
Chuva, muita chuva. A mesma que atrapalhou os trabalhos de sexta e da mannhã de sábado. Tentaram iniciar o treino. Giancarlo Fisichella rodou a Ferrari e o motor apagou. Treino que para, treino que recomeça e Nico Rosberg marca 1min22s828. Barrichello em terceiro e Vettel fora.
O Q2 começou atrasado. A FIA queria ter certeza de que a pista estava em condições. Com menos de três minutos, Vitantonio Liuzzi bateu forte. O treino para novamente. E o que era para terminar às 15 horas foi reiniciado às 16h10. Rosberg foi o pole mais uma vez: 1min20s368. Barrichello ficou no limite, em décimo. Ali, Button dava adeus ao Q3; ficou em 14º.
Veio a última e melhor parte do treino. Dez carros na pista ao mesmo tempo. Em uma sequência só, a pole passou pelas mãos de quase todos. Era um baixando o tempo do outro. E quando o cronômetro estava zerado, veio Barrichello e cravou 1min19s576. Ao sair do carro, nos boxes, comemorou como se fosse a primeira pole da vida. Não foi a primeira, mas talvez tenha sido a mais importante de todas.
O que vai acontecer na prova é difícil prever, ainda mais se a previsão de chuva se confirmar. Domingo, às 14 horas, largada para 71 voltas.

Água no chopp

Não imagino, nem quero imaginar, a decepão do torcedor que vai a Interlagos pela primeira vez e mal consegue ver carros na pista. Mas esse foi o destino de quem está nas arquibancadas neste sábado. O dilúvio que atingiu o autódromo acabou com qualquer possibilidade de treinos livres. Pior ainda para as equipes, que tentavam dar os últimos acertos antes da formação do grid, às 14 horas.
Chovia uma barbaridade em São Paulo. O treino foi atrasando, atrasando, até que o volume de água diminuiu. A FIA liberou a pista para somente 18 minutos de movimentação. Pneus de chuva e pé lá em cima. Todo mundo andou devagar. Rubens Barrichello sequer lançou volta.
Para se ter uma ideia, Nico Rosberg fez o melhor tempo com 1min23s182 (na sexta, a média foi de 1min12s). Kazuki Nakajima fez 1min23s650 e Jenson Button marcou o terceiro tempo; 1min24s122.
Evidentemente, houve um festival de rodadas e saídas de pista. Kimi Raikkonen e Fernando Alonso foram algumas vítimas. Mas ninguém superou Romain Grosjean. Primeiro, ele rodou no S do Senna. Depois, a cinco minutos do fim das atividades, saiu da pista na subida do lago, perdeu o carro e bateu de frente. Está tudo bem com ele, mas o treino foi encerrado ali.
Agora, está tudo em aberto. Há previsão de chuva na hora do treino oficial. O que não dá para prever é o que vai acontecer...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

100 Interlagos

Post número 100 da história do Autobola.
Nos treinos de sexta, em Interlagos, pouca coisa mudou em termos de clima entre a manhã e a tarde. A chuva que veio fraca nos primeiros treinos persistiu no segundo tempo, mas com menor intensidade. A umidade ficou em 88%. Os tempos foram baixando aos poucos.
Fernando Alonso foi o melhor, com 1min12s314, estabelecendo, assim, a melhor marca do dia. Sebastien Buemi, que pela manhã bateu sozinho, ficou em segundo (1min12s357) . Rubens Barrichello fez o terceiro tempo (1min12s459). O melhor da manhã, Mark Webber, ficou em quarto e Jenson Button fechou em quinto.
Volto a dizer: se nem os treinos de sábado de manhã dizem alguma coisa, os de sexta são ainda menos decisivos. Mas naquela brincadeirinha do "e se fosse na prova", Button seria campeão: chegaria aos 89 pontos e Barrichello aos 77.
No mais, treino normal, sem fortes emoções. Vitantonio Luizzi rodou sozinho e a Ferrari de Giancarlo Fisichella parou no final da reta dos boxes. Ele voltou a pé.
Agora, falta pouco. Sábado, às 11 horas, o último treino livre. A formação do grid será às 14 horas. E domingo, 14 horas, a largada para as 71 voltas. Ao que tudo indica, com chuva...

Começou...

Até agora, muita festa, muito papo e nenhum ronco de motor. Na manhã de sexta, o GP do Brasil começou efetivamente.
No primeiro treino, deu Mark Webber. O piloto da Red Bull fez 1min12s463. Rubens Barrichello ficou em segundo, com 1min12s874. Sebastian Vettel fechou em terceiro e Jenson Button em sétimo.
Se o último treino livre, no sábado, não projeta muita coisa, os treinos de sexta querem dizer menos ainda. Mesmo assim, a título de curiosidade, Barrichello iria a 79 pontos e Button a 87 se a prova tiver esse resultado.
A chuva veio. Fraca, é verdade, mas dificultou a vida de muita gente. Sebastien Buemi bateu sozinho e Romain Grosjean saiu da pista e levou uma placa de isopor. Provocou a interrupção do treino.
A previsão do tempo indica chuva para os três dias, inclusive no instante da prova. Para quem está na torcida, isso é bom para o Barrichello.
Segundo treino às 14 horas; sábado tem o terceiro treino livre às 11 horas e a formação do grid às 14 horas. Domingo, 14 horas, largada para as 71 voltas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Haja caipirinha


Quer agradar alguns dos principais personagens da Fórmula 1? Pegue um copo, coloque pinga, limão, açúcar e gelo. Você ganhou um amigo.
Pode ser nos hotéis, nas churrascarias, onde quer que seja. Em nenhuma outra época do ano São Paulo fabrica tantas doses de caipirinha como na semana que antecede o GP do Brasil. Os clientes vão de pilotos a mecânicos e chefes de equipes. O bem-estar é uma das principais virtudes de quem faz a categoria.
Pilotos e equipes estão espalhados em hotéis da Zona Sul de São Paulo. Há alguns cinco estrelas em locais próximos a Interlagos. O Transamérica continua sendo o hotel oficial, embora poucos pilotos se hospedem lá. Mas o local recebe a cúpula da FIA (leia-se Bernie Ecclestone), abre espaço para o credenciamento e para as principais entrevistas coletivas.
Vânia Aibara, gerente geral de vendas, diz que o hotel vai estar com ocupação total até amanhã. A Williams está por lá. "São bons hóspedes; estão acostumados a viajar pelo mundo e não dão trabalho".
O hotel precisou aumentar em 30% o número de funcionários para receber todo esse povo. Governança e restaurantes são os principais setores. Por falar em restaurantes, o cardápio não precisa ser adaptado ao padrão europeu. "Eles gostam dos risotos e das massas".
No piano bar, a diversão é garantida. É lá que o pessoal faz um happy hour antes do jantar, tudo regado a boas doses de...caipirinha. "As saídas de caipirinha triplicam".
Hoje, como sabemos, pilotos são quase um produto. Antigamente não era assim. Vânia diz que Nigel Mansell, Gherard Berger e Alain Prost eram os caras mais simpáticos. "O Damom Hill tocava guitarra no piano bar".
Ah, o hotel serve um pudim de leite na sobremesa que costuma fazer sucesso. Parece que mesmo quem não está hospedado lá passa pelo restaurante só para matar as saudades.
Agora, quando o pessoal da Fórmula 1 quer se esbaldar, vai pra onde? Fogo de Chão. É uma das melhores churrascarias de São Paulo e fica próxima dos hotéis. Marcos Jumar Back, gerente de atendimento, diz que na quinta-feira o local fica simplesmente lotado. Adrian Sutil, Fernando Alonso e Jenson Button passaram por lá na terça-feira. Felipe Massa e Robert Kubica almoçaram na quarta. A BMW costuma fazer reservas para até 80 pessoas. Picanha, filé mignon e frango com bacon estão entre os espetos preferidos. E a bebida? Caipinha, muita caipirinha, ainda mais se for uma mesa composta por mecânicos.
"O Kubica é o mais simpático e brincalhão. Ele faz questão de pegar um espeto de picanha e tirar uma foto com os garçons. O Sebastian Vettel também é bem agradável".
Marcos confirmou que Ron Dennis é fã incondicional do miolo do contra-filé. Quando ele trabalhava na McLaren, entrava no Fogo de Chão, deixava uns dólares (ouvi falar em 500, nada confirmado) e ia para a mesa preferida. Todo mundo sabia o que ele queria. Michael Schumacher chegava a ir cinco vezes por semana. O alemão era simpático? "Não muito, ele é mais fechado, mas é mais simpático que o Kimi".
Ou seja, não é marketing. Raikkonen realmente é aquilo que conhecemos. Gosta da caipirinha (ainda mais ele), mas, de todos os componentes da bebida, deve preferir o gelo...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Curioso


Aos poucos, a Fórmula 1 se prepara para anunciar as bombas que todos já sabem que vão explodir. Agora, foi a vez da Williams anunciar o fim do acordo com a Toyota para o fornecimento dos motores.
Com a elegância de um lord inglês, Mr. Frank agradeceu o trabalho dos japoneses, que "sempre respeitaram a independência" da equipe.
Isso quer dizer o seguinte: as portas estão abertas para a Crosworth, que já tomou conta das novatas em 2010. USF1, Campos e Manor receberão esses motores. Dizem que há uma possibilidade de acordo da Williams com a Renault. Difícil...
E o que temos a ver com isso? Rubens Barrichello só está esperando a definição do campeonato para confirmar a transferência para a Williams. Serão motor e piloto novos. Mas, por favor, é tudo especulação...então tá...
Por falar em Barrichello, ele disse à Folha de S. Paulo que andou conversando com Roger Penske antes da temporada. Sim, nem ele achava que correria neste ano e pensou seriamente em migrar para a Indy. Mas como a FIA restringiu os testes e, segundo ele, Ross Brawn precisava de um piloto experiente e com vontade, era Barrichello mesmo.
Mais uma sobre o brasileiro: de tanto usar a camisa do Corinthians antes das corridas, conseguiu um patrocínio da Batavo para Interlagos.
As curiosidades sobre o Grande Prêmio do Brasil estão devagar, mas virão, ah, se virão...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Semana (da) corrida

Dia corrido, extremamente corrido, mas semana de GP do Brasil exige uma atenção maior.
A partir de hoje, tentaremos desvendar alguns mistérios dos bastidores da corrida. O que pilotos, mecânicos e chefes de equipes fazem quando estão em São Paulo; quais os hábitos, onde costumam ir...muita gente se prontificou a responder a essas questões.
Jenson Button já está em São Paulo. Vai se adaptar bem ao fuso horário, porque a temperatura não é problema para ele. Enquanto isso, Nico Rosberg diz que não fechou com a Brawn GP e que essa história de Barrichello na Williams é boato. Eu duvido. Para mim, está tudo certo.
Tem mais: a previsão do tempo indica chuva para domingo. Em 2003, praticamente não houve corrida. No ano passado, a chuva decidiu o campeonato.
Assim que as primeiras respostas sobre os bastidores forem dadas, serão colocadas aqui.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Surpresa!!



Em 2005, Rubens Barrichello deixou a Ferrari e foi para a Honda. Houve quem tivesse a coragem de perguntar se ele teria mais chances de título a partir de 2006. O máximo que a Honda conseguiu foi uma vitória com Jenson Button na Hungria. Ao final da temporada 2007, em Interlagos, Barrichello clamou ao povo para que torcesse para ele conseguir seu primeiro ponto naquele ano. Na corrida, houve apenas um abandono, por estouro de motor...
No início de 2009, Barrichello estava aposentado. Quando a temporada começou, ele iria andar lá atrás, torcendo para completar uma prova. Nem nos anos de Ferari ele teve tantas condições de ser campeão como agora.
Na semana em que a ida de Barrichello para a Williams é dada como certa, surgem as perguntas sobre como será a temporada 2010 do brasileiro. E não há uma resposta concreta. Barrichello é uma eterna surpresa. O mesmo piloto que conseguiu a primeira vitória debaixo de chuva, saindo do 18º lugar, abriu passagem para Michael Schumacher a metros da linha de chegada. O mesmo piloto que teve uma Ferrari nas mãos e nenhuma chance de título, pode ser campeão com um carro dado como carroça.
Não fosse Barrichello essa surpresa constante e a análise seria simples: na Williams atual, esperamos pouco ou nada. Os ingleses não fazem o piloto campeão desde 1997 e há pelo menos quatro temporadas só fazem figuração no grid. É uma das poucas (senão a única) a manter o romantismo da Fórmula 1, algo mantido por Mr. Frank e Patrick Head. Deixando de lado a tragédia em todos os aspectos da passagem de Ayrton Senna pela equipe, o máximo é esperar que Barrichello feche sua carreira numa equipe tradicional. E que já foi grande. A não ser que os ingleses surpreendam como Barrichello. E como Ross Brawn.
Mas Barrichello não é alguém de quem se possa esperar algo. Ele sempre pode surpreender. E isso pode ser bom...ou não...

domingo, 11 de outubro de 2009

Don't cry for me



Não é só por culpa de Maradona que a Argentina corre o risco de não ir à Copa do Mundo. É com Maradona no comando que a Argentina pode ficar fora do Mundial.
A fórmula é antiga e muito conhecida: não basta ter um bom elenco; é preciso dar uma "cara" ao time, saber de que forma cada jogador pode render mais e procurar tirar o máximo daqueles que fazem a diferença. Isso sem esquecer um dos pontos essenciais: nenhum time vence sem entrosamento, mesmo as seleções que se reúnem em datas afastadas. Quanto menos testes forem feitos, maior é o padrão do time.
Alfio Basile deixou a Argentina na décima rodada das Eliminatórias, com 16 pontos, em terceiro lugar. Maradona, depois de sete jogos, está em quarto lugar, com 25. Foram três vitórias e quatro derrotas, incluindo Bolívia (6 a 1) e Brasil, em Rosario (3 a 1). Com Basile, foram quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas.
De alguma forma, tudo isso fez a Argentina enfrentar o Peru sob pressão. O Peru, pior time da chave sul-americana, que não conquistou nenhum ponto fora de casa. E nem precisava de um déja vú de 1978. A falta de qualidade peruana abriu o caminho para os argentinos.
A Argentina era infinitamente superior. Times melhores tecnicamente criam mais. Times nervosos criam e concluem mal. Times pressionados não recebem apoio e vão para o intervalo sem fazer gols. Mas times melhores continuam criando e marcam no segundo tempo. Times com talentos individuais se organizam para deixar o diferencial à vontade, ao ponto dele deixar de ser questionado por jogar melhor no clube que defende.
Ah, sim, o mesmo time superior é o time nervoso, que abre espaços e cede o empate. Mas o futebol por vezes é justo e permite ao melhor time vencer, nem que seja com um Palermo que nem saiu do lugar para tornar-se herói.
A Argentina joga por um empate. Nesta frase, a palavra "só" não pode ser empregada. Não se forem considerados os fatores Uruguai e Montevidéu, os adversários, que têm um ponto a menos. Se vencerem, mandam os argentinos para a repescagem. Mas e se por acaso, porventura, entretanto, o Equador vencer o classificado Chile, em Santiago? O mesmo Chile comandado por Marcelo Bielsa? Aí, nem com repescagem...
Argentina fora, então? Não dá para afirmar. Em 2002, o Brasil enfrentou a Venezuela debaixo da mesma pressão argentina diante do Peru. E quem foi o campeão do mundo?