sábado, 27 de março de 2010

Melbourne - treino oficial

Sebastian Vettel não engoliu até agora aquele defeitinho na vela que lhe custou a vitória no Bahrein. E chegou à Austrália para mostrar que é candidato ao título. O alemão da Red Bull sai na frente na corrida. Fez a pole, depois de ser o melhor nas três partes do treino oficial. Terá o companheiro de equipe, Mark Webber, em segundo, e Fernando Alonso, da Ferrari, em terceiro. Felipe Massa (Ferrari) sai em quinto e Rubens Barrichello (Williams) em 9º.
Vettel se mostrou melhor nas horas certas, ou seja, nos minutos finais de cada parte do treino oficial. Na primeira, viu um revezamento entre Alonso e Webber na pole. Foi para a pista e cravou 1min24s774, com Nico Rosberg (Mercedes) em segundo e Jenson Button (McLaren) em terceiro. Massa ficou em 9º e Barrichello em 11º. Lucas Di Grassi e Bruno Senna conviveram com a realidade de seus carros. Ocuparão, respectivamente, 22º e 23º lugares.
No Q2, Alonso ameaçou, mas Vettel logo fez 1min24s096, tempo que ninguém mais superou. Webber já marcou o segundo lugar e, Alonso, o terceiro, com Massa em 7º e a surpresa: Barrichello, com a fraca Williams, em 9º, mandando Lewis Hamilton para 11º e tirando o campeão mundial de 2008 do Q3.
Na última parte, Vettel mostrou quem tomava conta do pedaço. Marcou o melhor tempo do fim de semana, 1min23s919, com direito a dois erros, senão teria feito menos. Aí, foi só esperar o tempo passar e comemorar a segunda pole em duas etapas.
Então, domingo, a partir das 3 da matina (de Brasília), Vettel tem tudo para vencer. Claro, se não errar e se a vela não apagar. Só perde a corrida se Alonso aprontar. E nunca é demais lembrar que o espanhol é abusado. E tem uma Ferrari nas mãos. Button pode surpreender, mas parece ainda estar em fase de adaptação à McLaren. Massa só terá chances com pneus mais aquecidos, algo que ele não teve nos treinos.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Melbourne - treinos de sexta

A chuva veio. E decidiu os treinos de sexta para o GP da Austrália. Lewis Hamilton foi o mais rápido do dia, com 1min25s801. O companheiro de McLaren, Jenson Button, foi o segundo. Em terceiro ficou Mark Webber e, em quarto, um alemão que está começando agora; um tal de Michael Schumacher, que o pessoal da Mercedes ficou com pena e contratou..
Os primeiros treinos livres aconteceram com pista seca. Pouco antes do início do segundo treino, a chuva era iminente. Caiu um pouco nos primeiros minutos e parou. O pessoal saiu com pneus para pista seca e emborrachou a pista. A disputa parecia ficar entre Button, Nico Rosberg, da Mercedes (sempre ele) e Hamilton. O campeão de 2008 levou a melhor e cravou o tempo mais baixo.
Aí veio a tal da chuva. Um aguaceiro. Carros recolhidos, equipes que mexem nas configurações, botam pneus mistos e todos de volta. Mas aí bateu a cautela e todo mundo resolveu tirar o pé. As voltas foram ficando lentas, muito lentas.
A chuva parou, a pista foi secando, mas ninguém mais conseguiu baixar o tempo de Hamilton. A única surpresa foi esse tal de Schumacher que, no finalzinho, tirou o terceiro lugar do russo Vitaly Petrov, da Renault.
A primeira sessão de treinos teve um "duelo" entre o eterno rei das sextas-feiras, Nico Rosberg, contra Robert Kubica. Nos minutos finais dos treinos livres, um dava volta mais rápida no outro. O polonês da Renault levou a melhor, mas ficou na casa de 1min27s, bem acima do tempo de Hamilton.
Só uma curiosidade: ainda nos primeiros treinos livres, Bruno Senna ficou, durante um tempo, com a pole. É verdade que estava na casa de 1min37s e mais verdade ainda que já se sabia que ele terminaria o dia lá atrás. Mas valeu por termos o sobrenome Senna em primeiro lugar novamente.
A propósito: Rubens Barrichello fechou o dia em 9º e, Felipe Massa, em 17º. Lucas di Grassi e Bruno Senna sequer tiveram seus tempos computados. Vai ser difícil...

Conselho ouvido

Enquanto o Santos conseguia a classificação para as semifinais do Campeonato Paulista em uma partida difícil com o Botafogo, em Ribeirão Preto, o Conselho Deliberativo do clube seguia a recomendação do Conselho Fiscal e diizia "não" as contas da gestão Marcelo Teixeira referentes a 2008 e 2009. A dívida, o caso Tabata e a entrega de parte dos direitos dos meninos pesaram na decisão. Não houve briga, nem tumulto.
Marcelo Teixeira tem agora 5 dias para apresentar a defesa. A votação definitiva acontece no início de abril. Se houver nova rejeição, Marcelo pode ser responsabilizado.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Que conselho é esse?

O bicho vai pegar na noite desta quinta-feira, na Vila Belmiro. A Comissão Fiscal do Conselho Deliberativo do Santos FC analisou o balanço de 2009 e deu a recomendação aos conselheiros: rejeitem as contas de Marcelo Teixeira. Digam "não" ao Balanço Patrimonial de 2009.
De acordo com o relatório da Comissão, o Peixe tem uma dívida de R$ 177 milhões, deixou de arrecadar uma grana com Rodrigo Tabata e entregou alguns meninos que hoje estão arrebentando de mão beijada para o Grupo Sondas.
No caso de Tabata, o Santos o contratou por R$ 3,3 milhões em 2006 e pagou R$ 150 mil de salários até 2008. O custo total do Samurai foi de R$ 8,2 milhões.Tabata foi negociado com o Gaziantepspor, da Turquia, que nunca pagou por ele. E mais: mandou o jogador para outro clube turco, sem dar nenhum centavo na Vila Belmiro.
Já no caso dos garotos entregues de mão beijada, foram sete no total, ente eles: Neymar, Paulo Henrique Ganso, André e Alan Patrick. Foram 25% dos direitos econômicos de cada um, por R$ 3,2 milhões. O problema é que a multa contratual deles chegava a 185 milhões de euros, ou seja, 25% deveriam representar 46,2 milhões de euros. Os R$ 3,2 milhões representaram só 2,7% do verdadeiro valor desses atletas.
Marcelo Teixeira antecipou a defesa. Disse que a dívida não é só de 2009, mas vem de anos anteriores. Só não disse que nos anos anteriores era ele o presidente. No caso de Tabata, só faltou dizer que a atual diretoria santista só não viu a cor do dinheiro porque não foi cobrar. E no caso dos meninos entregues quase de graça, disse que o clube vinha mal das pernas financeiramente e que a proposta do pessoal do Sondas ajudou a sanar alguns problemas. Eles pegaram a parte que pertenceria aos atletas numa futura negociação e foi além: Marcelo disse que. na época, não se sabia se os jovens iriam vingar. Vingaram. E, quando o clube negociá-los, deixará de levar um belo de um dinheiro.
A propósito: os debates dar-se-ão na mesma hora em que o time estiver em Ribeirão Preto, enfrentando o Botafogo. Teve ex-dirigente que tem cargo na Federação Paulista de Futebol e, já sabendo do teor da reunião do Conselho, pediu para que a partida acontecesse no mesmo horário. Assim, as atenções ficariam desviadas e/ou divididas.
Mas nós estaremos de olho em tudo; ah, se estaremos...

Eu avisei


O que foi que eu disse? O Corinthians não está as mil maravilhas. Eu avisei!!
E a coisa está indo mais longe, porque parte da torcida pegou no pé do Ronaldo. Cobraram até Andrés Sanches, exigindo melhor forma física do seu pupilo.
Teve um lado bom, porque tudo tem que ter um lado bom: acordaram a tempo. Se a ideia é vencer a Libertadores, dá tempo ainda.
Já descobriram os problemas. Falta executar.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Mano esperto

Está claro que Mano Menezes perdeu o comando sobre o elenco do Corinthians. Nada de anormal. Time cheio de estrelas é assim mesmo: ou tem um treinador com pulso, ou pode esquecer.
A bomba só não explodiu de vez porque tanto Mano quanto os jogadores perceberam o que precisam fazer. O time vence algumas partidas, não fica mal em nenhuma competição (sobretudo a Libertadores) e ninguém questiona nada. Como o Corinthians pegou um grupo ridículo, está se classificando sem sustos, mesmo sem jogar bem. E aí a rapaziada pode fazer o que vier na cabeça fora dos campos. O mesmo aconteceria com qualquer time que estivesse bem.
Mano já viu que não pode bater de frente com as estrelas. Se Edno não está satisfeito, que vá embora. Se Bill não tem espaço, ele é o peso excedente. Se Ronaldo acha que Iarley está querendo aparecer pra torcida, gelo no Iarley, afinal, a torcida quer saber do Ronaldo. Pouco importa se só jogou nove partidas e fez dois gols. Pouco importa se ele não perde peso. Pouco importa se faz o que quer no clube. Ele é Ronaldo e a torcida gosta dele. Contrariar Ronaldo é bater de frente com a torcida.
Sim, Ronaldo achou que Iarley estava querendo aparecer. O ex-jogador do Goiás dava umas corridas no campo após os treinos, uma tentativa de manter a forma, já que a idade está meio avançada. O Fenômeno não gostou, juntou o grupo dele e deu uma enquadrada em Iarley. Você interferiu? Nem Mano. Resultado: o Mr. Libertadores, o jogador contratado pela experiência na competição continental, nem senta no banco nos jogos internacionais. O Corinthians venceu a última partida pela Libertadores com um gol de Ronaldo. Quem vai lembrar de Iarley?
Dentinho, esse sim, vem jogando bem. Depois daquela assinadinha, voltou a ter oportunidades. Até então, não tinha. Jorge Henrique vinha bem, mudou de função e caiu de produção. Mas o Corinthians briga pelas semifinais do Paulista e não deve perder a vaga nas oitavas da Libertadores. Quem liga para o resto? Só depois, caso a bomba exploda, aparecerão os fragmentos dizendo que sempre souberam que o pavio estava aceso...

terça-feira, 23 de março de 2010

Paulistão de aluguel

Houve um tempo em que os times pequenos decidiam a sorte dos grandes no Campeonato Paulista. Não faz muito tempo, mas o grande que empatasse com o Bragantino no Marcelo Stéfani e vencesse o Rio Branco no Décio Vitta estava feito. Nem vou citar Guarani e Ponte Preta, porque esses jogos eram praticamente clássicos. Dava nervoso saber que seu time ia jogar em Araraquara contra a Ferroviária. Como era difícil jogar contra o Marília na casa deles! Ir a São José do Rio Preto pegar o América? Não tinha nada mais fácil?
O tempo passou, o futebol mudou, o dinheiro sumiu, os presidentes desapareceram e vieram os empresários. Os times viraram points para o aluguel. Manda a rapaziada praquele clube, eles jogam quatro meses lá e tentamos vender depois. Acabou a identidade dos clubes. Camisas e calções parecendo mais um outdoor. Nível do futebol lá embaixo. Aos poucos, grandes e pequenos foram ganhando cada vez mais razões para justificarem os adjetivos que recebem.
Já há algum tempo, a Federação Paulista de Futebol deu um bico na renda dos jogos. O que der na bilheteria fica com o mandante. Claro, paga taxa de arbitragem, impostos, tira três e vai um e a renda líquida vai para o clube.
O pessoal do Interior adorou a ideia. O "fator casa" deixou de existir. Ganhar o jogo pra quê? Tentar se classificar para as semifinais? Depois vai dar o maior trabalho...vamos mandar o jogo em um estádio grande. Como a torcida "deles" enche as arquibancadas, a gente pega uma renda maior. Se isso significa inversão de mando, se isso favorece o time grande, não é problema. O que importa é a arquibancada lotada.
O Santos estreou contra o Rio Branco no Pacaembu. Mando do Tigre. Opção do clube. Vai pegar o São Caetano, no dia 4, no mesmo estádio. O mando é do Azulão. Na quarta-feira, o Rio Branco vai a Araraquara enfrentar o Palmeiras, a mesma Araraquara onde o Oeste já recebeu o Corinthians.
Claro que a situação financeira não é das melhores, claro que tudo gira em torno do dinheiro. Mas o que aconteceu com a rivalidade e a competitividade? Voltaremos a 2002, com um Campeonato Paulista sem os grandes? Ou teremos dois campeonatos paralelos, com cruzamento das chaves Grandes x Pequenos? Mais um prato bem cheio para os que defendem o fim dos estaduais.
Coitado do torcedor...

domingo, 21 de março de 2010

Por que o Santos encanta?

O Santos não encanta por dar espetáculo dentro de campo. O Santos não encanta pelas goleadas que aplica. O Santos não encanta ao vencer uma partida por 10 a 0 e outra por 9 a 1, de virada, sem dois de seus principais titulares. O Santos não encanta por marcar 26 gols em quatro partidas. O Santos nem invencível é; o Palmeiras que o diga...
O Santos encanta porque passa 90 minutos com a mentalidade de que o jogo está 0 a 0 e que a vitória é imprenscidível. Encanta por jogar o tempo todo no ataque, como se nunca estivesse satisfeito com o que já fez naquela partida. Tocar a bola no meio de campo e deixar o tempo passar é desrespeitar o adversário. Jogar com seriedade, mesmo sabendo que a vitória é certa, é demonstrar espírito esportivo. é dizer ao adversário: "vai que você tente virar a partida; preciso me garantir".
O Santos encanta por ter um Dorival Júnior. Sem querer mandar no clube, sem receber um salário fora da realidade brasileira, sem querer aparecer mais que o time, demonstra ser um excelente treinador. Deu uma bronca das grandes no time depois da vitória sobre o Corinthians. Achou que houve muita firula e pouca objetividade. Foi o primeiro a dizer, com razão, que Neymar não deveria ter dado o chapéu em Chicão. E não deveria mesmo. Diante do Ituano, não olhou para o placar na hora das substituições e deixou o time ainda mais ofensivo. E não permitiu ao goleiro Felipe bater o pênalti quando o placar marcava 8 a 1. Isso chama respeito. Isso chama seriedade. Isso chama profissionalismo.
Dorival tem o grupo nas mãos; a molecada fechou com ele. Sabe a hora de elogiar e a de puxar as orelhas. Tem um problema: acertar a defesa. Não é uma zaga ruim, mas vacila. Pode decidir um mata-mata como serão as semifinais do Paulistão e como é a Copa do Brasil. Se acertar o setor, Dorival não terá um time 100% porque não há time 100%. Mas se der para chegar aos 90%, será excelente.

Era isso o tempo todo

Eu avisei mais de uma vez: o Palmeiras é um time oscilante. As comemorações na Vila Belmiro haviam sido um exagero. O Santos não estava menosprezando ninguém e não havia motivos para Diego Souza & cia sentirem-se ofendidos.
O que o Palmeiras fez há uma semana foi vencer um clássico com todos os méritos. Virou um jogo pra cima de um time que não perdia há 12 partidas e que vinha, sim, dando espetáculo. E o Verdão saiu da Vila Belmiro recebendo os parabéns pelo feito, cumprimentos justos, por sinal. Porém, daí a entender que todos os problemas estavam resolvidos, havia um oceano.
Os colegas da Imprensa entraram na onda. Depois de três vitórias seguidas, o Palmeiras era uma maravilha e, Antônio Carlos, um gênio. Não é assim. O Palmeiras é um time bom, mas que oscila. E Antônio Carlos está tendo a primeira oportunidade como treinador em um clube de ponta. As coisas precisam ser avaliadas com mais calma.
Mas esse é o mal de parte da crônica esportiva: fazer parte da torcida organizada do Jornalismo FC, jamais revelar o time para o qual torce em nome do profissionalismo e colocar o coração na ponta da caneta. Ou, simplesmente, buscar a audiência. Fala aquilo que o torcedor gosta que o Ibope agradece. E isso não é Jornalismo.
Voltando ao futebol, o Palmeiras é assim mesmo. Um time bom, que pode ir longe, mas precisa de um algo a mais. Talvez seja a gana que teve na Vila Belmiro. Se o Verdão jogar com a mesma raiva, a mesma vontade e a mesma determinação que teve no clássico, pode ir mais longe. Enquanto não adotar essa prática, vai acumular derrotas em casa. Contra a Ponte Preta, foi a terceira. Até quando o torcedor vai tolerar? Vai saber...