sábado, 29 de agosto de 2009

Força. Índia!!!



O tempo de 1m45s102 tornou Giancarlo Fisichella o piloto mais rápido no Q1. Até aí, nenhuma surpresa, pois a Force India jamais passaria pelo Q2. Na segunda parte dos treinos, Jarno Trulli colocou a Toyota na frente, com 1m44s503. E Giancarlo Fisichella estava entre os 10. Milagrosamente iria para o Q3, talvez a maior vitória da equipe “patinho feio” da Fórmula 1.
Mas o sábado ainda iria reservar mais. E o italiano mais rápido no Q1 e garantido no Q3 tornou-se o pole position do GP da Bélgica. Muito antes do fim do treino, cravou 1m46s308, tempo que ninguém mais conseguiu superar. E colocou a Force India na frente pela primeira vez.
Jarno Trulli, aquele mesmo do Q2, também não chegou à decisão por acaso. Vai sair em segundo. Na segunda fila, virão Nick Heidfeld (BMW) e Rubens Barrichello.
A Brawn GP melhorou o desempenho em relação à sexta-feira, algo esperado depois do trabalho ruim nos primeiros treinos. Mas não houve um bom aproveitamento das asas em uma pista de alta velocidade, como SPA-Francorchamps e os dois pilotos não conseguiram tempos brilhantes. Tanto que Jenson Button nem passou do Q2; vai sair em 14º. Ou seja, para Barrichello, vencedor da última etapa e com um carro que desta vez não está tão bom, o quarto lugar está mais que satisfatório.
Lewis Hamilton, o melhor da sexta-feira, também não foi bem. Sai em 12º. Fernando Alonso sai em 13º. Romain Grosjean larga em penúltimo (Nelsinho Piquet faria pior?) e Luca Badoer...Luca Badoer...o que dizer de Luca Badoer? Estava em último no Q1 e saiu da pista sozinho ao tentar uma ultrapassagem completamente desnecessária. Quebrou a suspensão traseira da Ferrari e sai em...último. Volta, Massa!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Controle total


Lewis Hamilton entrou na pista nas horas certas, acelerou quando foi necessário e tirou o pé quando era possível. Com inteligência, maturidade e, principalmente, um carro leve, fez o melhor tempo da sexta-feira nos treinos para o GP da Bélgica. Com 1m47s201, mostrou que a McLaren tinha gotas de combustível.
Foi seguido de perto por Timo Glock, que andou com 1m47s217 e uma Toyota muito leve também. Glock tinha o melhor tempo até os minutos finais do treino. Deu poucas e boas voltas.
Kimi Raikkonen fez um bom e surpreendente terceiro tempo e em quarto ficou Mark Webber, que chegou a andar na frente, mas não conseguiu ficar abaixo de 1m48s.
Rubens Barrichello deu 35 voltas, mas não conseguiu ir além do 18º lugar. Nada que assuste, pois Jenson Button ficou em 17º, o que mostra que a Brawn GP vai fazer alguns acertos até sábado, principalmente nos aerofólios, que atrapalharam a vida dos dois pilotos. Portanto, não será surpresa se os pupilos de Mr Ross Brawn andarem na frente na hora da classificação.
Uma boa (ou talvez não) surpresa foi o quinto lugar de Romain Grosjean. O substituto de Nelsinho Piquet mandou bem, mas o mote da sexta-feira é sempre o mesmo: não quer dizer que o fim de semana será assim. Até porque Fernando Alonso ficou em 14º. Ele que também chegou a ficar em primeiro. E não dá para esquecer que, na Renault, o espanhol é a prioridade.
O único piloto que deve fugir à regra de que "a sexta-feira não reflete o fim de semana" é Luca Badoer. Mais uma vez, um honroso 20º lugar, em meio a 20 carros...

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um time 2 em 1


O Santos faz 2 a 0 no Inter em menos de dois minutos e dá pinta de que vai golear. Dez minutos depois, leva o empate. No início do segundo tempo, sofre o gol da virada e uma tragédia se anuncia em plena Vila Belmiro. Até que um cruzamento certeiro de George Lucas encontra um bem posicionado Kléber Pereira e vem o gol de empate.
Além das oscilações extremas durante 90 minutos, o Santos provou ser um time 2 em 1. Ficou claro que, em meio a 11 jogadores, o time possui duas formações. A primeira vai do goleiro ao segundo volante e a outra do meio-de-campo até o último atacante. E aí aparece um problema gravíssimo: não há ligação entre as duas partes.
Vanderlei Luxemburgo escalou Madson como atacante e o jogador, sobretudo no primeiro tempo, não voltava para buscar a bola e conduzir ao ataque. Esse papel foi entregue a Robson, que também não o exerceu. Assim, Paulo Henrique ficou praticamente sozinho fazendo uma função que poderia ser dividida com dois companheiros, deixando Kléber Pereira lá na frente.
Quando os passes entraram, o Santos fez os dois gols. O Inter percebeu, fechou esses espaços e a criação de jogadas acabou. Quando o Inter buscou os contra-ataques, encontrou uma defesa que já comete falhas acima da média se estiver entrosada. Com Fabão e Eli Sabiá sem falarem a mesma língua, o caminho para o empate foi aberto. No primeiro gol, ficou clara essa falta de diálogo. Fabão foi cortar o cruzamento e sobrou para Léo marcar Alecsandro. Onde estava Eli Sabiá? Sem marcar ninguém e deixando uma bola rasteira passar na frente dele, sem que ele cortasse. No segundo gol, houve a falha do goleiro Felipe, que saiu mal do gol e caçou borboleta e, no terceiro, Alecsando ficou sozinho na frente do gol santista.
A responsabilidade de evitar uma catástrofe recaiu, mais uma vez, sobre Neymar. Claro que o garoto não poderia resolver todos os problemas, mas pelo menos ele deu mais calma ao setor de criação. O jogo estava mais equilibrado, mas a ligação defesa/ataque não era feita mesmo. A saída era pela lateral. E George Lucas mais uma vez acertou um cruzamento. Kléber Pereira cabeceou no único lugar onde Lauro não chegaria.
Domingo, o Santos pega o Fluminense. Não esperem facilidade. Além de um adversário que briga para não cair, o Santos não terá Kléber Pereira (expulso), Fabão e Rodrigo Mancha (terceiro cartão).
Rapidinho sobre a Fórmula 1: GP da Bélgica neste fim e semana. Treinos livres na sexta (5h e 9h) e no sábado (6h). Treino oficial no sábado (9h) e largada no domingo (9h).

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Que bom se fosse piada




Nenhuma medida que a diretoria da Portuguesa de Desportos tome em relação à invasão ao vestiário do time ocorrida na noite de terça-feira, no Canindé, vai apagar o susto e o trauma vividos por jogadores e comissão técnica. A entrada de bandidos armados nas dependências do time mostra, no mínimo, uma falta de tudo o que se possa chamar de caráter.
Não é segredo para ninguém a relação promíscua entre clubes e parte de suas torcidas. Esses laços passam por concessão de ingressos, financiamento de viagens e festas e pressão para a saída de jogadores, treinadores e até de dirigentes.
Vamos entender um negócio de uma vez por todas: não se entra em um vestiário sem que alguém abra a porta. Não há uma passagem direta, um atalho, um caminho conhecido por poucos. Há uma porta e alguém que pode mandar abrir. É assim que funciona.
Se os dirigentes querem ficar reféns de torcidas, o problema é deles. Só que quando a vida passa a ser ameaçada, as coisas mudam por completo. René Simões disse que os jogadores não se intimidaram e foram para cima. A pergunta do treinador é a nossa: o que poderia ter acontecido?
A história mostra que há muito tempo a situação fugiu do controle. Edílson e Tevez foram embora do Corinthians depois que a pressão sobre eles extrapolou. Tevez estava com a filha de meses de vida dentro do carro que foi chutado por "torcedores". Se fosse a sua filha, você não ficaria assustado?
No Santos, por duas vezes houve invasão de vestiário de modo estranho. Uma foi em 1993, no jogo contra o extinto Novorizontino. O alvo era o árbitro João Paulo Araújo, que estava numa tarde infeliz e errou bastante. Torcedores invadiram o campo, tendo o vestiário como acesso. Outra foi em 2000, na Copa João Havelange. O Santos empatou com o Vasco e alguns "torcedores" ficaram esperando os jogadores dentro do vestiário. Deram azar, pois os primeiros que chegaram foram Edmundo, Rincón e Fábio Costa...e a invasão ao CT do Santos em 2001? E a agressão ao Leão no ano passado?
Isso sem falar do "torcedor" que foi xingar Romário no Fluminense, a invasão da sede do mesmo Fluminense neste ano, os problemas criados por "torcidas" de Flamengo e Palmeiras. Enfim, é muita história.
Campo, centro de treinamentos e vestiários são ambientes. Se não está satisfeito, que proteste das arquibancadas. E quem contribui com ações como esta não é apenas conivente. O que pode ser, então? Tire suas próprias conclusões e opine...
A propósito: René Simões pediu demissão. Estão satisfeitos?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Não se ganha antes



E o primeiro turno do Campeonato Brasileiro termina nesta quarta-feira para o Santos. Futebol brasileiro é assim: um time precisa faturar um pouco no exterior, viaja e mexe no calendário todo. Em suma: depois de duas partidas pelo segundo turno, o Santos volta no tempo e pega o Internacional, que estava no Japão no dia em que o confronto deveria ter ocorrido.
O curioso é que muita gente (a começar por Vanderlei Luxemburgo) considera a partida como favas contadas. Depois dos últimos tropeços, o discurso do treinador e de alguns torcedores era de que “o primeiro turno ainda não havia terminado e o Santos pode fechar a primeira parte do campeonato muito próximo do G-4”.
Ok, isso é verdade, mas só há um problema: o jogo ainda não aconteceu. E o Inter, em que pesem as duas derrotas seguidas, não é nenhum timinho. Tampouco costuma tremer na Vila Belmiro. Nunca venceu, é verdade, mas costuma dar um trabalho enorme. No ano passado, por exemplo, entrou em campo com o time reserva e só perdeu porque um chute bisonho do consagrado Michael Jackson Quiñonez desviou no Gustavo Nery e a bola foi para o gol. Do contrário, a bola teria saído pela lateral. Aliás, o Santos deve a permanência na Série A a esse gol.
Se o Santos não melhorar a armação de jogadas e não for mais objetivo, pode ser surpreendido. No discurso, a impressão é de que o gol sai na hora em que o time quiser, mas futebol não funciona assim. Paulo Henrique e Madson podem buscar mais a conclusão das jogadas ao invés de acionarem Kléber Pereira, que vive a proporção 1 para 1.000 no aproveitamento. A defesa não pode permitir a aproximação adversária, como aconteceu no jogo com o Avaí e os volantes precisam matar os contra-ataques já no início. Se houver um conjunto entre marcação e armação, a conclusão passa a ser consequência.
O Inter deve ter os retornos de Índio e Magrão que estavam machucados. Se eles jogarem, a marcação estará reforçada, o que aumenta a exigência de movimentação santista. E, para os contra-ataques, o time gaúcho terá Andrezinho completando o meio-de-campo e o ataque formado por Taison e Alecsandro. Ou seja, nada fácil para o Santos.
A resposta? Quarta-feira, às 21 horas, na Vila Belmiro.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Volta, Massa!!!




A Ferrari anunciou Schumacher. O pescoço do alemão falou mais alto. A solução, então, foi caseira. Bota o Luca Badoer lá e estamos conversados. Piloto experiente, uma década com a equipe...ninguém conhece o carro tão bem quanto ele.
Resumo da ópera em Valencia: no grid, último lugar; na corrida, algumas rodadas sozinho em pista seca e a queimada sobre a linha branca na saída dos boxes. Adivinha se em Maranello já não falam em escalar outro piloto para a Bélgica?
Anthony Davidson, piloto de testes da Brawn GP, já levou o currículo com o número do celular. "Qualquer coisa, me liga. Faço melhor que ele". Marc Gené, o ouro piloto de testes da Ferrari, preterido após ser campeão das 24 horas de Le Mans, não se conforma.
A verdade é que os italianos querem ver Felipe Massa de volta o quanto antes. Se o carro não é competitivo, pelo menos terão um piloto que não vai provocar a diversão dos adversários.
Só para completar: Badoer completou o GP (sim, acreditem) e, na volta aos boxes...freou para entrar no parque fechado e bateu na traseira da Force India de Adrian Sutil. O carro estava parado e teve o aerofólio traseiro arrancado.
Volta, Massa!!!

domingo, 23 de agosto de 2009

Como nos velhos e bons tempos

Como se faz um vencedor? Com competência, trabalho de equipe e sorte. Rubens Barrichello teve um pouco de cada. A 100ª vitória brasileira na história da Fórmula 1, a 10ª de Rubinho na categoria, só poderia sair a partir desse conjunto.
Barrichello teve a competência de classificar em terceiro lugar nos treinos oficiais para o GP da Europa; o trabalho da BrawnGP, que montou um carro decente e a sorte em contar com um erro grotesco da McLaren para superar Lewis Hamilton e triunfar nas ruas de Valencia.
O GP da Europa tinha tudo, precisamente tudo para ser muito chato. Sem pontos de ultrapassagem, as posições foram mantidas no início da prova. Hamilton saiu na frente, acompanhado pelo companheiro de equipe, Heikki Kovalainen e por Barrichello. A fila indiana andou nessa base até a primeira janela de pit stops, quando Barrichello começou a ganhar a corrida.
Hamilton parou na 15ª volta, a McLaren fez 9.4s e o inglês voltou em 6º lugar, esperando os cinco primeiros pararem para retomar a ponta. Até então, a estratégia da BrawnGP era fazer Barrichello passar Kovalainen e assumir o segundo lugar. O finlandês parou na 16ª volta e o brasileiro disparou. Aproveitou as últimas gotas de combustível para explorar o carro leve e abrir uma diferença suficiente para fazer a parada e voltar na frente de Kovalainen. Conseguiu. A BrawnGP trabalhou rápido (9s) e Barrichello voltou em segundo lugar.
Pelo rádio, a equipe avisou algo parecido com: “Cola no Hamilton para fazermos a mesma coisa”. Barrichello não colou, mas andou em um ritmo excelente. Na volta 34, ele fez a volta mais rápida (1m39s421) e estava 4,2s atrás do inglês.
Três voltas depois, Hamilton parou e a prova foi decidida. Por um erro primário da McLaren, o pneu dianteiro direito não estava pronto para ser colocado. O tempo que a equipe perdeu para achar a tal roda acabou com as chances do inglês. Foram 13,4s de parada. Barrichello, outra vez com o tanque vazio, foi embora, disparou de vez. A equipe deu-lhe cinco voltas e a ordem de estabelecer tempo de classificação. Obediente, o brasileiro fez 1m39s071 e, na sequência, 1m38s970. Na volta 39, ele parou. Com 6,8s, voltou à frente de Hamilton e administrou a vantagem, mantida entre 5s e 6s.
Poucas vezes Barrichello teve tanto controle da situação. Ele foi frio para conduzir o carro até a bandeirada e só então desabou em lágrimas. Mostrou a mensagem escrita no capacete para Felipe Massa, deu uma sambadinha horrorosa no pódio e ouviu o Hino Nacional com a mão no peito. Lewis Hamilton chegou em segundo e Kimi Raikkonen em terceiro.
Luca Badoer? Era melhor a Ferrari manter Schumacher, com ou sem pescoço...
Na classificação, Button continua líder, com 72 pontos. Barrichello voltou à segunda colocação, agora com 54. Se não mudou muita coisa no Mundial, a vitória mudou o domingo de Barrichello e daqueles que querem ver os brasileiros na frente. Fica a mensagem de Ross Brawn, pelo rádio. "Foi uma vitória como nos velhos e bons tempos".