sábado, 31 de julho de 2010

Hungaroring - o grid

Quando as Red Bull são melhores na sexta-feira, é sinal de que...serão melhores no sábado.
E adivinha o que aconteceu?
Sebastian Vettel foi o mais rápido e sai na pole no GP da Hungria. Estabeleceu a aberração de 1min18s773, batendo o recorde de Hungaroring (até então pertencente a um tal de Michael) e dizendo a todo mundo: "Pega eu".
Mark Webber sai em segundo lugar, estabelecendo o domínio do pessoal das asinhas. As Ferrari, que tentaram crescer na Alemanha, ficaram com a segunda fila. Uma chance para adivinhar em qual ordem!! Claro, Fernando Alonso em terceiro e Felipe Massa em quarto.
Só depois vem Lewis Hamilton, com a quinta posição. Rubens Barrichello desta vez não se acertou com a Williams e nem passou para o Q3. Sai em 12º.
Estava estabelecido que a Red Bull disputaria a pole internamente. Tanto que revezaram. Vettel foi o melhor da sexta-feira. No treino livre de sábado, Webber pegou o primeiro lugar. No Q1, deu Alemanha novamente, com 1min20s417. O australiano deu o troco no Q2, ao cravar 1min19s531.
Mas se a palavra era revezamento, chegou a vez de Vettel na última tentativa. E com direito a tirar leite de pedra. Webber continuava na casa de 1min19s e o desafio para Vettel era ir para 1min18s. E ele foi, ao estabelecer o tempo da pole.
Uma coisa está clara. Se a pista continuar quente do jeito que está, quem estiver com pneus duros vai andar melhor. Para quem largar com os macios, o esquema é entrar nos boxes o quanto antes e trocar,
Segue o grid. Pode ter uma alteração lá atrás porque, no final do Q1, Kamui Kobayashi entrou no pit lane com luz vermelha e tem uma chance de ser punido. Mas isso não deve alterar a história do GP.
1º Sebastian Vettel (Red Bull): 1min18s773
2º Mark Webber (Red Bull): 1min19s184
3º Fernando Alonso (Ferrari): 1min19s987
4º Felipe Massa (Ferrari): 1min20s331
5º Lewis Hamilton (McLaren): 1min20s499
6º Nico Rosberg (Mercedes): 1min21s082
7º Vitaly Petrov (Renault): 1min21s229
8º Robert Kubica (Renault): 1min21s328
9 Pedro de la Rosa (Sauber): 1min21s411
10º Nico Hulkenberg (Williams): 1min21s710
11º Jenson Button (McLaren): 1min21s292
12º Rubens Barrichello (Williams): 1min21s331
13º Adrian Sutil (Force India): 1min21s517
14º Michael Schumacher (Mercedes): 1min21s630
15º Sebastien Buemi (Toro Rosso): 1min21s897
16º Vitantonio Liuzzi (Force India): 1min21s927
17º Jaime Alguersuari (Toro Rosso): 1min21s998
18º Kamui Kobayashi (Sauber): 1min22s222
19º Timo Glock (Virgin): 1min24s050
20º Heikki Kovalainen (Lotus): 1min24s120
21º Jarno Trulli (Lotus): 1min24s199
22º Lucas di Grassi (Virgin): 1min25s118
23º Bruno Senna (Hispania): 1min26s391
24º Sakon Yamamoto (Hispania): 1min26s453

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Hungaroring - sexta-feira

Aos poucos, a Fórmula 1 tenta retomar a normalidade.
Terá quase um mês para isso, mas antes passa pela Hungria e dá mostras de que tudo estará sossegado em breve.
Em Hungaroring, só deu Red Bull.
Sim, a Ferrari continua brigando pelas primeiras posições, mas não tirou a hegemonia do pessoal das asinhas.
Deu Sebastian Vettel nos dois treinos livres. Pela manhã, cravou 1min20s976. À tarde, baixou para 1min20s087. Fernando Alonso foi o segundo, Mark Webber o terceiro e Felipe Massa o quarto.
Foi um dia bem chatinho e burocrático. A única movimentação foi a alternância da pole entre os pilotos da Red Bull. Alonso começou melhor, depois o sistema passou a ser Vettel/Webber, até que o alemão fez o tempo que ninguém mais conseguiu bater.
As McLaren, estranhamente, continuam andando lá atrás, como tinha sido o roteiro na Alemanha. Lewis Hamilton ficou com o quinto tempo e Jenson Button com o oitavo.
Rubens Barrichello foi o 12º; Lucas di Grassi e Bruno Senna, claro, ficaram lá para trás.
Para os que reclamam do serviço de meteorologia brasileiro, havia a previsão de chuva na hora do treino. Não só a pista estava seca como o sol deu as caras. A previsão anterior, que mostrava chuva na sexta, sol entre nuvens no sábado e chuva forte no domingo, mudou toda. Agora, fala em sol entre nuvens no sábado e sol aberto no domingo.
Volto a dizer: quem gosta de Fórmula 1 pode acompanhar o fim de semana sem culpa. Não precisa largar tudo por causa da atitude ridícula de um time. Há outros 11 no grid, 22 pilotos. Mas sei que muito menos gente irá se interessar pelos acontecimentos em Budapeste.
Com toda a razão.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ou seja, vem mais por aí

"Há menos de um mês estávamos todos batendo palmas para o Abreu, que numa semifinal de Copa do Mundo bateu o pênalti daquela forma e classificou o país dele".
"Se o Ney tivesse feito o gol, era ousado. Como não fez, é irresponsável".
"O Ney fez o que achou que era certo. Ele treinou para isso".
"Se o Ney quiser bater os próximos pênaltis dessa forma, vai bater".
"O Ney é o cobrador oficial".
Frases de Dorival Júnior, logo após Santos x Vitória.
Torcedor santista, prepare-se.
Vem muito mais por aí.
Em tempo: Abreu, Djalminha e Marcelinho Carioca foram irresponsáveis, marcando os gols ou não.
Bom saber que o treinador do Santos FC gosta de generalizar.
Continue a generalizar, porque, como general, o treinador tem se mostrado uma piada.
E de extremo mau gosto.

Melhor que nada

Dois a zero é melhor do que nada.
E talvez justifique os 750 mil gols evidentes e desperdiçados em pouco mais de 90 minutos.
Dois a zero é melhor do que nada.
E talvez justifique o gol que André não fez, depois de dominar a bola de frente para o gol, sem marcação
Mas dois a zero é melhor do que nada.
Deve ser a justificativa para essa parcial falta de preocupação com o pênalti batido por Neymar.
Pênalti? Batido?
Digamos que estivemos diante do símbolo do que é um moleque irresponsável, que supõe ter o maior do sistema monárquico intimamente ligado ao seu ventre. Que imagina poder resolver os problemas de boa parte da humanidade na hora em que julga ser conveniente. De alguém que, por obra daqueles que levam a informação e, principalmente, dos que a recebem, tornou-se em um curto período em uma espécie de semi-deus, intocável, louvável e quase infalível.
Tudo simbolizado naquela fração de segundos nos quais a bola voa lentamente para as mãos daquele cuja presença quase nunca é comemorada, pois sua função é não permitir que o público veja exatamente aquilo para o qual pagou o ingresso.
"Neymar não foi irresponsável; foi ousado", dizem os defensores.
Ousado foi aquele que não permitiu que a displicência e o mundo pueril fossem premiados. A máscara de Neymar consagrou alguém tão simples quanto o nome que tem: Lee.
Bronca? Dois a zero é melhor do que nada.
Depois de um gol de barriga, veio um de falta.
Cobrada por um voluntarioso, que entrou no lugar de um Ganso.
Um Ganso que saiu querendo bicar seu tratador. Não queria sair. Outra vez.
Bronca? Dois a zero é melhor do que nada.
E um título apaga tudo.
Um título muito possível.
Mas muito possível mesmo.
É isso que preocupa.
Porque o título está amadurecendo.
Ao contrário daqueles que podem conquistá-lo.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Xi! Deu zebra!

Copa do Brasil de 1989
Final: Grêmio x Sport
Campeão: Grêmio
Copa do Brasil de 1990
Final: Flamengo x Goiás
Campeão: Flamengo
Copa do Brasil de 1991
Final: Grêmio x Criciúma
Campeão: Criciúma
Copa do Brasil de 1994
Final: Grêmio x Ceará
Campeão: Grêmio
Copa do Brasil de 1999
Final: Botafogo x Juventude
Campeão: Juventude
Copa do Brasil de 2002
Final: Corinthians x Brasiliense
Campeão: Corinthians
Copa do Brasil de 2004
Final: Flamengo x Santo André
Campeão: Santo André
Copa do Brasil de 2005
Final: Fluminense x Paulista
Campeão: Paulista
Copa do Brasil de 2007
Final: Fluminense x Figueirense
Campeão: Fluminense
Copa do Brasil de 2008
Final: Corinthians x Sport
Campeão: Sport
É, a zebra passou algumas vezes pela Copa do Brasil. Por isso, nunca é demais projetar:
Copa do Brasil de 2010
Final: Santos x Vitória
Campeão: ...........

Ah, essa Copa do Mundo...

E finalmente chegou a decisão da Copa do Brasil.
Por causa de uma outra Copa, uma tal de "do Mundo", Santos e Vitória jogam só agora.
Para o Santos, o pior que poderia acontecer.
Faz o primeiro jogo da decisão uma semana após a classificação, com aquela vitória épica sobre o Grêmio nas semifinais, e o time baiano teria sido atropelado sem dó. Ali, o Santos estava no topo das questões física, técnica, tática e de concentração.
Ganharia na Vila Belmiro e no Barradão.
Não há como fazer esta afirmação neste momento.
Física você recupera, técnica não falta e tática você dá um jeito. Mas o Santos de agosto está infinitamente menos concentrado que o de junho.
Evidente que a fama e a badalação mexeriam com os principais jogadores. São garotos, é normal.
O problema foi ter afetado no campo.
O Santos não fez mais partidas memoráveis, não jogou mais por música, não encantou mais.
Ok, a Copa do Brasil não é para encantar. É para fazer o resultado e pronto. Mas o Santos não perderia se tivesse um futebol envolvente.
Hoje não tem esse futebol. E pode perder.
Primeiro porque o Vitória não é nenhum timinho, como não era em junho, quando o Santos estava sobrando. Segundo porque o Santos não tem mais aquela concentração.
Existe uma maneira básica para ser campeão: fazer um bom resultado na Vila Belmiro para jogar com o relógio a favor no Barradão.
Problema.
O Santos não faz mais tantos gols, mas continua levando um monte.
Na Copa do Brasil, o critério de desempate são os gols.
O Santos pode ser campeão? Sem dúvida, mas que poderia ser, digamos, menos difícil, poderia...

Oito anos depois

"Recebi todo tipo de comentario sobre o episodio de domingo...muitos entenderam [só agora]como foi em 2002 e entenderam tambem agora pq deixei a Ferrari um ano antes do final do contrato.Posso nao ter sido campeao na epoca mas fui sempre justo..."
"Pronto falei...agora pagina virada.Estou na equipe q quero estar ,a ponto de assinar por mais um ano...quero ser campeão com a Williams".
Essas foram algumas mensagens escritas por Rubens Barrichello no Twitter.
Sinceramente, não entendi nada...nem em 2002, nem agora...
Ainda acho que nada substitui a dignidade.
E bateria palmas para Barrichello se ele tivesse sido demitido por desobedecer a uma ordem da equipe, sobretudo uma ordem inescrupulosa.
Como bateria palmas para Massa se ele não fosse correr na Hungria, com o contrato rescindido.
Campeões têm mais do que talento e carro.
A Ferrari tem um bicampeão em um dos carros.
E vai ver se ele aceitaria...

Ilusão

Fernando Alonso não disse nada sobre Hockenhein.
"O importante é que usamos bem o carro, agora, vamos para a Hungria".
Felipe Massa nada disse sobre Hockenhein.
"Vou chegar na Hungria e cumprimentar a todos que me ajudaram no acidente do ano passado".
É, foi lá que veio a tal mola no capacete dele.
Isso foi o que os dois disseram ao site da Ferrari.
As últimas declarações antes da Hungria.
Ora bolas, pipocas, se nem na entrevista oficial, no domingo, eles falaram com clareza, por que cargas d'água alguém achou que eles falariam logo dentro do time?
Inocência!

terça-feira, 27 de julho de 2010

A minha sem cebola

- O presidente da FIA chama-se Jean Todt.
- A equipe a ser julgada chama-se Ferrari.
- O promotor da Fórmula 1 e dinheirista Bernie Ecclestone disse que é a favor do banimento da regra que proíbe o jogo de equipe.
- O GP da Itália acontece dia 12 de setembro. No dia 10, há o grande julgamento.
- Qual será o prato principal da noite de sexta-feira?

Surpresas esperadas

Pouca coisa a dizer sobre a tão falada primeira convocação da Seleção de Mano Menezes.
Nenhuma grande novidade; nada além do que todo mundo esperava.
Estava na cara que os três santistas estariam na lista. Qualquer treinador faria o mesmo.
Até Dunga, se continuasse.
É o tal do clamor popular, atendido com tanta frequência na Era Zagallo.
Jucilei, excelente volante, mas ainda reserva no Corinthians, está lá.
Valorização e Europa virão na sequência.
E a vez de Elias vai chegar.
Sandro (Internacional) e Hernanes (São Paulo) foram convocados.
Um dos dois estará na final da Libertadores. Aquece aí, Elias!
Se vai dar certo, não sei. Melhor esperar.

Penske bem

A Fórmula 1 provocou uma indignação tão grande (e justa) que a Fórmula Indy foi sendo naturalmente deixada de lado.
Por isso, falamos na terça daquilo que aconteceu no domingo.
E não foi menos revoltante.
Hélio Castroneves venceu o GP de Edmonton. Venceu, mas não levou.
A direção de prova entendeu que o brasileiro fez uma manobra um tanto quanto perigosa para evitar que Scott Dixon o ultrapassasse a três voltas do fim da prova.
E determinou que o brasileiro pagasse um drive-through.
Vi, revi, vi mais uma vez e, para não deixar dúvidas, vi de novo.
E não entendi nada.
Manobra normal, defesa de posição, apenas e tão somente isso. Nada de jogar para fora da pista, bater roda com roda, nada disso.
No mínimo um excesso de rigor dos organizadores.
A Penske recorreu.
E sabe qual é a equipe do declarado vencedor Scott Dixon?
A Penske.
Notaram alguma diferença em relação a uma outra categoria do automobilismo mundial?

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Primeira volta

26 de julho de 2010.
Nesta data, o Autobola completa 1 ano de existência.
Esta é a postagem nº 482 do blog.
Já discutimos sobre tudo neste espaço, de trânsito a política, mas jamais perdemos o foco dos termos 'Auto' e 'Bola'.
Estava há pouco revendo a postagem inaugural, na qual a promessa era debater essas paixões brasilerias.
Creio que atingimos essa meta.
No post inicial, agradeci apenas a Deus pela oportunidade.
Em um ano, a lista aumentou consideravelmente.
Agradeço aos que, direta e indiretamente, apoiaram a ideia antes da execução. Não é fácil pensar, planejar, desenvolver e executar uma ideia em 15 horas.
Sobretudo com o relógio trabalhando contra, como sempre.
Agradeço aos que acreditam na ideia e expõem seu nome neste espaço, como você pode observar do lado direito da tela.
E, principalmente, agradeço a você, que visita este espaço; a você que só lê os posts, a você que lê e comenta, concorda, discorda, dá ideia, faz sugestões e críticas.
Não fosse por você e não teríamos 482 postagens, muito menos 365 dias de existência.
Não há promessas a fazer, apenas dizer que continuaremos na luta.
E conto com você.
Muito obrigado!

Depois de Hockenhein

A Ferrari foi multada em US$ 100 mil pela marmelada em Hockenhein.
Pagaram com o troco do café que foram buscar para Domenicalli.
E a Fórmula 1 acordou mais triste. Triste e envergonhada.
Muito pior do que uma ordem para a execução de uma sujeira, muito pior que a obediência total a essa ordem, é a naturalidade com que as coisas são tratadas.
"Estamos pensando no campeonato e é assim que funciona".
Como funcionava em 2002, quando o segundo lugar de Schumacher na Áustria talvez adiasse por uma prova a conquista do pentacampeonato.
E ele seria campeão com cinco etapas de antecedência. Foi com seis.
Schumacher disse no domingo que a equipe tem mesmo que pensar no campeonato e que, se fosse ele, também cumpriria as ordens.
Por que será?
O mais desafiador, neste momento, é responder o título deste post: e depois de Hockenhein?
Algumas coisas são facilmente previsíveis: neste fim de semana, na Hungria, a audiência irá lá para baixo.
E não tiro a razão de quem está desiludido.
Ficarão os que acompanham porque gostam e ainda tentam acreditar que há alguma verdade em tudo isso.
Prefiro entender e dizer a quem tem dúvidas que tudo está resumido a uma só equipe. Há outras 11 na categoria, nas quais, se esse tipo de falcatrua acontece, vem de forma bem menos espalhafatosa.
Basta lembrarmos que a Red Bull entregou a vitória a Lewis Hamilton depois de Sebastian Vettel se enroscou com Mark Webber na luta pelo primeiro lugar.
Isso com Webber reclamando da falta de uma asa nova na Inglaterra.
Mas talvez uma queda na audiência não seja tão ruim para a Fóamula 1.
Mais interessante seria se alguns dos principais patrocinadores resolverem mudar de ideia.
Um dinheirista como Bernie Ecclestone é capaz de inverter a mão de direção de todos os circuitos para não perder esse pessoal.
Enquanto tudo for tratado como um jogo de equipe normal e uma multinha de 100 mil dólares resolver o problema, a Fórmula 1 continuará nesse descrédito.
Vamos para a Hungria agora.
Com o avião mais vazio.

domingo, 25 de julho de 2010

Hockenhein - Morreu a F1

"Vergonha, vergonha, vergonha, time sem-vergonha!"
Não, não estou na arquibancada, nem falando sobre futebol.
Estou falando do vermelho que dominou o fim de semana em Hockenhein.
Sexta e sábado, a genialidade da Ferrari. Melhor nos treinos livres com Fernando Alonso e perdendo a pole para Sebastian Vettel no sábado por dois milésimos.
No domingo, Felipe Massa faz algo estupendo ao sair do terceiro lugar para a liderança na largada. Tudo maravilhoso, um fim de semana vermelho.
Vermelho de vergonha, ou da ausência dela.
Eu já disse neste espaço, repitia e dizia quantas vezes fosse necessário sobre Fernando Alonso: poderia ser estupendo ou estúpido. Mas a frase vai mais além e, a partir desta data, estender-se-á à Ferrari e a Felipe Massa.
Oito anos e dois meses se passaram desde A1 Ring/2002. Foram 428 semanas, 2996 dias. Tudo estava adormecido, talvez esquecido na história. Fato isolado. Todos os personagens mudaram. Não tinha como acontecer novamente.
Aconteceu.
"Fernando está mais rápido que você. Deu para entender?", disse o rádio de Massa, em um inglês com fortíssimo sotaque italiano.
Deu. Massa entendeu. Menos de uma volta depois, entrou na reta e baixou o giro, a velocidade, as marchas, tudo. Alonso ultrapassou para conquistar a segunda vitória mais vergonhosa da história da Fórmula 1.
Outra vez a Ferrari. Outra vez pensando no campeonato ou em outra$ coi$a$ mai$. Outra vez deixando de lado tudo o que pode ser chamado de esportividade, competição, disputa, caráter, dignidade, honestidade. Outra vez pegando um brasileiro medroso e inescrupuloso como trouxa. Outra vez fazendo torcedores, jornalistas e patrocinadores de palhaços.
Na prova, Alonso venceu, com Massa em segundo e Vettel em terceiro. Mas e daí? O que isso importa agora?
Massa merecia todos os aplausos. Rigorosamente 1 ano após o acidente na Hungria. largou de forma espetacular. Enquanto um afoito Vettel se preocupou só em fechar a porta para Alonso na largada, Massa pegou a avenida e foi embora. Com Alonso em segundo. Mandou bem, mesmo enquanto tomava pressão do companheiro de equipe.
Houve até disputa direta, vencida pelo brasileiro. "Isso é ridículo", disse o espanhol chorão pelo rádio.
O mesmo rádio por onde viria a frase: "Fernando está mais rápido. Deu para entender?"
Entendido e cumprido. Sem nenhuma vergonha, Massa andou em terceira marcha na reta. Alonso, que não conhece essa palavra mesmo, foi embora para comemorar a vitória na maior cara-de-pau.
A segunda pior vitória da Fórmula 1. Não que a primeira tenha sido mais grave. Apenas aconteceu antes. O valor (ou a falta dele) é o mesmo. Um sem-vergonha dá a ordem dos boxes e outros dois nos carros a cumprem.
E o que aconteceria se não cumprissem? Demissão? E a Família Massa vai passar fome se isso acontecer? Acho que não.
Aí alguém fala mal da Fórmula 1 e eu vou calar a minha boca. Não há mais como defender uma categoria na qual euros compram até o caráter e a dignidade.
Parabéns, Ferrari! Você vai conseguir matar a Fórmula 1!