sábado, 31 de dezembro de 2011

O ano (novo)

Dizem que o ano novo é tempo de renovação.
E assim que o ano começa, a tal renovação torna-se visível.
Principalmente a partir do início da Copa São Paulo de Futebol Júnior, "o vestibular do futebol" e dos campeonatos estaduais.
A partir dos estaduais, começam as discussões sobre quem irá se classificar para as fases decisivas.
Nesse processo de renovação, uma equipe do Interior ganha destaque nas quatro primeiras rodadas do estadual.
E dirão que os grandes precisam aprender com os pequenos, que pagam em dia e têm estrutura.
E, claro, apostarão no destacado como candidatíssimo ao título.
Porque os grandes já não são mais tão grandes.
Virão os clássicos e com eles as declarações polêmicas na semana que antecede as partidas.
E então virá a discussão: o que o jogador e/ou treinador quis provocar o adversário?
Eu falei em polêmica?
Isso dá audiência...
No clássico, haverá lances polêmicos, possíveis erros de arbitragem, brigas entre torcidas, declarações polêmicas após os jogos.
Entrevistarão o chefe da Comissão de Arbitragem, o Major da PM, o presidente do clube, ligarão para a casa do jogador.
Organizarão campanhas de respeito entre as torcidas.
Tudo por polêmica, discussão.
Eu falei em polêmica?
Isso dá audiência...
O brasileiros na Libertadores tiveram dificuldades com os times médios das Américas.
Porque os grandes precisam aprender com os pequenos, que pagam em dia e têm estrutura.
Ainda que aquele pequeno que vinha se destacando no estadual já tenha perdido o encanto e hoje lute contra o rebaixamento.
Porque você sabe, falta camisa...e os campeonatos são feitos para que os grandes vençam...
Mas no time do Interior houve um jogador que se destacou.
E recebeu 35 propostas de clubes brasileiros e 74 de times do exterior.
Acabou assinando com um clube grande do Brasil, onde irá brilhar e partir para ser o melhor do mundo.
Isso até o instante em que a chama se apagar.
Porque os analistas, os mesmos que apontaram aquele jogador como novo gênio, sempre souberam que ele era muito bom para clube pequeno. E só.
O Campeonato Brasileiro começa com a discussão: pontos corridos ou mata-mata?
Isso garante pelo menos 35 minutos de polêmica.
Eu falei em polêmica?
Isso dá audiência...
O inexpressivo se destacou nas 10 primeiras rodadas do Brasileiro.
Candidato ao título.
Porque os grandes precisam aprender com os pequenos, que pagam em dia e têm estrutura.
Começa a dança das cadeiras dos treinadores.
Mas times campeões trocam de técnicos ou os mantêm?
Isso dá polêmica.
Eu falei em polêmica?
Isso dá audiência...
Janela da Europa aberta, jogadores têm propostas de clubes de pelo menos sete planetas do sistema solar.
A debandada é inevitável, o que fazer para segurar os nossos craques?
Polêmica.
Eu falei em polêmica?
Isso dá audiência...
O clube grande não engrena e a torcida protesta, o outro grande deslancha para o título.
O pequeno destaque das 10 primeiras rodadas já ocupa a zona intermediária. Chegar à Sul-Americana será um espetáculo.
Começa a matemática pelo título, pelas vagas na Libertadores 2013, pelo rebaixamento.
Rebaixamento...sabe quem caiu?
Aquele destaque das 10 primeiras rodadas, que na época estava ensinando aos grandes porque tinha estrutura.
Caiu porque falta camisa, porque time grande é time grande.
Caiu porque falta estrutura, isso já era sabido. Qualquer um sabia que isso iria acontecer.
O campeão foi um clube grande. O mesmo que 15 rodadas antes estava fora da disputa e que hoje levanta uma taça que todo mundo sabia desde o início que ele era o candidato a conquistá-la.
Embora nas últimas rodadas tenham falado em mala branca, entrega de resultados.
Foram duas horas de discussão, sobre isso, muita polêmica e...
Eu falei em polêmica?
Isso dá audiência...
Boa renovação...