quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A Lista

E saiu, com total antecedência, a lista de quem estará nos cockpits em 2012.
Melhor, a lista de alguns, porque em nove casos não se sabe quem estará.
Principalmente nos times menores.
Nos grandes, sem crise, sem problemas.
O esquema foi fechado na Red Bull, McLaren, Ferrari, Mercedes, Caterham (ex-Lotus), Sauber e Virgin, a única que traz uma novidade: o francês Charles Pic.
Nos demais times, tudo como dantes no quartel de abrantes.
A Lotus (ex-Renault) confirmou apenas Kimi Räikkönen.
Ou seja, Petrov, Senna e Grosjean entram na disputa pelo que vale mais, um gol contra ou um oitavo.
Grana, pra entender, quem levar mais, corre com o Iceman.
Curiosa a postura da Williams, que não confirmou ninguém.
Ninguém, nem Maldonado.
Ou seja, Barrichello tem, sim, uma possibilidade.
Barrichello disse em Interlagos (e tenho a gravação) que, se fosse em quaisquer condições, já teria assinado.
Só que depois de 19 temporadas o cara não é obrigado a aceitar quaisquer condições.
Os demais times estão na mesma linha: não confirmam nada.
Ainda vejo poucas novidades em termos de pilotos, mas deveremos tê-las, sim.
Embora haja muita gente endinheirada e cheia de interesse.
O que, na Fórmula 1 de hoje, tem falado bem mais alto que o talento...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Gelada

E o Iceman voltou.
Discreto, às escondidas, do jeito dele.
Iria para a Williams, diziam. Estava tudo acertado.
Não, Lotus Renault, que a partir de 2012 será só Lotus.
E terá Kimi Raikkönen.
E a Fórmula 1 terá seis campeões mundiais em uma só temporada.
A saber: Kimi, Button, Schumacher, Alonso, Hamilton e Vettel.
Portanto, Robert Kubica não volta em 2012. Não dividiria as prioridades e/ou dinheiro com Raikkönen.
Ficam Petrov, Senna e talvez, mas muito talvez, umk talvez para não fizer "fora", Grosjean.
Petrov tem mais tempo de casa, mas Senna pode ter mais grana.
Para quem vai bancar Kimi, esse passa a ser um critério fundamental.
Se Kimi volta no estilo Kimi, não dá para afirmar. São duas temporadas fora e pouco tempo para testes na pré-temporada.
De qualquer maneira, a Fórmula 1 ganha, seja em qualidade, seja em personalidade...
Desce a vodca...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Teve mais; tem mais

Mais uma segunda-feira pós-GP do Brasil.
O quarto acompanhado in loco, o segundo acompanhado profissionalmente.
Pouco, sim, porém na hora certa, sem atropelar, sem precipitar.
Existem metas que um profissional, em qualquer área, estabelece. Não importam as circunstâncias em que as alcança, o importante é chegar, obter, ultrapassar.
O campeonato estava decidido, não tinha brasileiro na disputa, mas não se busca esta meta apenas com dois argumentos.
Importa estar lá, viver de perto, acompanhar ao lado, participar. Importa ser informado, mas, principalmente, informar, checar, perguntar, transmitir, não ouvir dizer, não escutar em um lugar, mas se tornar o responsável pelo que foi dito, pelo que ganhará repercussão.
Não era necessário esperar para saber sobre a perspectiva de chuva, bastava perguntar a quem estaria diretamente interessado. Se houve jogo de equipe na prova, pergunte aos pilotos, aos dirigentes. Se o brasileiro foi injustiçdo pela punição em virtude do toque no carro do alemão, pergunte a ele como se sente, pergunte ao comissário sobre os critérios.
Estar lá, viver, acompanhar, informar
O Campeonato Brasileiro era a prioridade. Para muitos, o que realmente importava, porque lá não havia definição, estava a notícia mais forte, mais quente, mais importante. Não para o público que gosta de asfalto, barulho de motor e cheiro de combustível. Porque em Interlagos não teve briga, nem bombas de gás lacrimogênio. Em Florianópolis, sim. Porque cada informação tem seu espaço e todos precisam ser respeitados já a partir do conceito da palavra respeito, algo que por vezes não se vê nem mesmo dentro da Imprensa.
"Domingo é dia de futebol. Sempre foi e sempre será".
"Só o futebol tem emoção".
O futebol é maravilhoso, sempre foi e sempre será, mas não é o único a existir.
Fica, é claro que fica, a sensação do dever cumprido, do "valeu a pena" e, principalmente, do "quero mais".
Porque eu quero mais. E em 2012 tem mais...

domingo, 27 de novembro de 2011

Piquet, Piquet, Nelson Piquet

Uma vida sem objetivos é uma vida vazia, insossa, burocrática. Viver por
viver é empurrar com a barriga, deixar acontecer, esperar para ver no que
vai dar, no que pode dar.
Objetivos significam desafios, motivações, busca por metas. O caminho até
eles traz alegrias, decepções, vitórias, derrotas, marasmo, euforia.
Não importa qual seja o objetivo. Cada um estabelece o seu, aquele que
considera o mais conveniente para a vida.
Ninguém é bom o suficiente para julgar se seus objetivos são bons ou ruins,
se são importantes ou não, se mudam a vida ou não. Alcançar os objetivos
muda a sua vida e é a sua vida que importa. O outro pode pensar o que
quiser, o problema é dele. Ele não tem o direito de estabelecer objetivos
para você.
Em diversos casos o estabelecimento dos objetivos está diretamente
vinculado à profissão. Produzir algo, trabalhar com os maiores nomes do
meio, estar na capital daquela atividade. São várias possibilidades a serem
respeitadas.
No Jornalismo, os dois objetivos mais comuns são trabalhar em determinada
empresa ou entrevistar determinada pessoa. No Jornalismo Esportivo, é
manter contato com os maiores nomes, seja do próprio Jornalismo, seja do
Esporte.
O garoto passa a infância acompanhando o automobilismo nas manhãs de
domingo.
E ouvindo: "Piquet, Piquet, Nelson Piquet".
A mãe do garoto, preocupada em cumprir os serviços domésticos e, ao
mesmo, tempo, pensar no almoço daquele domingo, tinha uma preocupação
a menos. Bastava colocar o garoto em frente à TV e colocar um prato com
bolachas ao lado.
Eram duas horas de sossego garantido.
Jamais deixaria o menino sozinho em casa, mas poderia, se fosse o caso.
Diante do que via, ele jamais ousaria sair daquele sofá.
No dia seguinte e em tantos outros, o chão da casa da avó se transformava
em autódromo, com um circuito que tinha sempre o mesmo traçado: quatro
curvas para a esquerda, duas para a direita e retas longas, por onde um
único carro rasgava. Um carro simples, barato, de plástico, sem tecnologia
alguma, mas suficiente para ser conduzido pela mão esquerda, enquanto a
direita empunhava uma caneta, naquele instante transformada em microfone,
utilizado para a narração de uma pseudo corrida.
"Vem Mansell, Prost encosta, Niki Lauda vem por fora, Keke Rosberg chega,
mas Nelson Piquet passa e vence!! Piquet, Piquet, Nelson Piquet!!"
Os anos passam, o garoto cresce, a avó se vai, a casa não é mais
frequentada. A opção pelo Jornalismo o leva à cobertura esportiva, com
prioridade para o futebol. O automobilismo está lá, chamando, convocando.
E o objetivo bate à porta.
"Piquet, Piquet, Nelson Piquet".
Um mal humorado, que destrata a Imprensa e diz que jornalista não sabe
nada de automobilismo.
Será? Pode ser um cara autêntico, verdadeiro, que não manda recados.
Piquet está mais velho e incrivelmente mais manso. Pudera, passaram 20
anos de sua saída da Fórmula 1, 24 do último título e 30 do primeiro.
É o homenageado em Interlagos.
O garoto, agora não mais garoto, já matou um objetivo: está em Interlagos.
Gravador em mãos, diante dele. O balançar da cabeça indica: sim, ele aceita
ser entrevistado. Responde às perguntas com a velha ironia, mas sem
irritação nem ofensas, mas sim com respeito. Percebe que o entrevistador
conhece um pouquinho que seja.
Entrevista curta, mas e daí? É uma entrevista, isso que importa.
Sim, as manhãs de domingo passaram nas lembranças. O chão da casa da
avó foi visto. E ele estava ali, diante do antes garoto.
"Piquet, Piquet, Nelson Piquet".
O objetivo está garantido.
Agora falta escrever um livro e plantar uma árvore.
Já estou em busca das sementes para a árvore...