quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Que bom se fosse piada




Nenhuma medida que a diretoria da Portuguesa de Desportos tome em relação à invasão ao vestiário do time ocorrida na noite de terça-feira, no Canindé, vai apagar o susto e o trauma vividos por jogadores e comissão técnica. A entrada de bandidos armados nas dependências do time mostra, no mínimo, uma falta de tudo o que se possa chamar de caráter.
Não é segredo para ninguém a relação promíscua entre clubes e parte de suas torcidas. Esses laços passam por concessão de ingressos, financiamento de viagens e festas e pressão para a saída de jogadores, treinadores e até de dirigentes.
Vamos entender um negócio de uma vez por todas: não se entra em um vestiário sem que alguém abra a porta. Não há uma passagem direta, um atalho, um caminho conhecido por poucos. Há uma porta e alguém que pode mandar abrir. É assim que funciona.
Se os dirigentes querem ficar reféns de torcidas, o problema é deles. Só que quando a vida passa a ser ameaçada, as coisas mudam por completo. René Simões disse que os jogadores não se intimidaram e foram para cima. A pergunta do treinador é a nossa: o que poderia ter acontecido?
A história mostra que há muito tempo a situação fugiu do controle. Edílson e Tevez foram embora do Corinthians depois que a pressão sobre eles extrapolou. Tevez estava com a filha de meses de vida dentro do carro que foi chutado por "torcedores". Se fosse a sua filha, você não ficaria assustado?
No Santos, por duas vezes houve invasão de vestiário de modo estranho. Uma foi em 1993, no jogo contra o extinto Novorizontino. O alvo era o árbitro João Paulo Araújo, que estava numa tarde infeliz e errou bastante. Torcedores invadiram o campo, tendo o vestiário como acesso. Outra foi em 2000, na Copa João Havelange. O Santos empatou com o Vasco e alguns "torcedores" ficaram esperando os jogadores dentro do vestiário. Deram azar, pois os primeiros que chegaram foram Edmundo, Rincón e Fábio Costa...e a invasão ao CT do Santos em 2001? E a agressão ao Leão no ano passado?
Isso sem falar do "torcedor" que foi xingar Romário no Fluminense, a invasão da sede do mesmo Fluminense neste ano, os problemas criados por "torcidas" de Flamengo e Palmeiras. Enfim, é muita história.
Campo, centro de treinamentos e vestiários são ambientes. Se não está satisfeito, que proteste das arquibancadas. E quem contribui com ações como esta não é apenas conivente. O que pode ser, então? Tire suas próprias conclusões e opine...
A propósito: René Simões pediu demissão. Estão satisfeitos?

2 comentários :

  1. Recebi o seu convite para participar do Auto Bola e é muito bom o seu blog. Vou visitar várias vezes.

    Sobre a Lusa. Foi lamentável o que aconteceu e o clube vai se afundando cada vez mais.

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