segunda-feira, 5 de abril de 2010

Depois de Sepang

A Ferrari fez a dobradinha no Bahrein, colocou pilotos no pódio em duas das três etapas da atual temporada da Fórmula 1 e lidera o campeonato com seus dois pilotos. Nada é suficiente para resgatar-lhe a condição de equipe encantadora e, ao mesmo tempo, temida.
Ao contrário da ousadia de tempos atrás, o que se vê hoje nos homens de vermelho é covardia. Diferentemente das atitudes passionais e por vezes inconsequentes dos italianos, hoje a equipe tem a cautela britânica, como se fosse a vizinha McLaren.
Não, não é a McLaren. E não é porque os ingleses resolveram ousar. Jenson Button chegou nos treinos de sábado, na Malásia, e mandou o time colocar pneus intermediários no carro dele em meio ao aguaceiro que caía em Sepang. Ok, largou em 17º, mas ousou.
Ferrari e McLaren largaram lá de trás no domingo. O pessoal de Woking fez a chamada "corrida de recuperação", indo buscar as posições perdidas. Lewis Hamilton seguiu à risca. O povo de Maranello ficou esperando as quebras dos carros intermediários para herdar posições. Só saíram da regra quando escolheram Button para vítima. Felipe Massa o ultrapassou. "Good boy, beautiful!", escutou pelo rádio. Fernando Alonso tentou fazer a mesma coisa e o cavalinho rampante derrapou. O motor não resistiu.
Os italianos que aguentem as críticas agora. Os passionais espanhois estão possessos. Querem que Alonso seja mais que o número 1 e exigem um carro decente ao astro local, responsável pela captação do maior patrocinador do time. Os mais racionais pedem a volta da velha Ferrari, competente e ousada. Os resultados dizem que está tudo bem, mas os fins não podem ustificar os meios.

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