quinta-feira, 16 de junho de 2016

Brinca não, Tio Bernie!!

Em entrevista à jornalista Julianne Cerasoli, do Uol, Felipe Massa reconheceu que o Brasil pode perder sua etapa no Mundial de Fórmula 1 em breve. O quase campeão em 2008 acha que Tio Bernie não costuma brincar em serviço. E, de acordo com a revista alemã Auto Motor und Sport, o chefe teria feito algumas ameaças, como acabar com a brincadeira interlagástica já em 2017.

"A gente sabe como funcionam as negociações do Bernie. Ele gosta de colocar pressão, como já vimos que aconteceu com Monza e em outras ocasiões. Quando tem alguma coisa que não está acontecendo do jeito que ele quer, ele fala o que tem de falar. Por outro lado, sabemos como está a situação. O momento do Brasil é muito difícil. Então não é impossível que acabe a F-1 no Brasil. É bem possível. Nesse momento, é muito difícil você ter certeza de alguma coisa", disse Massa à colega do Uol.

Fato é que há um contrato que garante a corrida até 2020 e os contratos na Fórmula 1 costumam ser cumpridos à risca, mesmo contra a vontade de alguma parte. Uma segunda verdade, ainda mais forte, é que nenhum prefeito de São Paulo quer ficar marcado pelo fim da etapa brasileira da categoria. Era o evento mais rentável da cidade até a Parada do Orgulho Gay ganhar força, mas vamos dizer que ainda tem muito potencial.

E há algumas razões para acreditar nisso: em 2012, ano em que cobri o GP do Brasil in loco pela última vez, o então prefeito Gilberto Kassab, ao chegar a Interlagos no dia da corrida, disse aos jornalistas (e eu estava entre eles) que dias antes fizera questão de apresentar Bernie Ecclestone ao prefeito eleito, Fernando Haddad. Raciocinemos: Kassab ia sair dia 31 de dezembro, não tinha feito o sucessor e poderia apertar aquela tecla. Não só não apertou como aproximou o futuro prefeito, opositor dele, do homem que negocia as coisas na Fórmula 1. Quando o assunto é importante aproxima os opostos. E ninguém vai abrir mão do que Luiza Erundina conseguiu depois de ouvir um certo Ayrton.

Mais uma: há muita gente (leia-se empresas e dinheiro) envolvida. Foi por uma empresa que acabei indo a Interlagos em 2015. Com um campeonato decidido, sem nenhuma chance a qualquer brasileiro e várias empresas investiram pesado na corrida. E Interlagos estava cheio. Fui de trem e ele estava lotado na volta.

A verdade é que, por uma influência midiática, o Brasil (ou a maior parte dele) não gosta de esportes, mas sim de brasileiros vencendo nos esportes. Não é cultural gostar de Fórmula 1. Há uns malucos que montam até blogs para falar de automobilismo, mas, perto de quase 200 milhões em ação, somos poucos.

Rumores são comuns na Fórmula 1. Alguns se concretizam. A nós resta a esperança de um desencontro de informações.

Até 2021...

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