segunda-feira, 17 de maio de 2010

Depois de Mônaco

Michael Schumacher não conquistou nenhum resultado expressivo em 2010. Vinha sendo questionado. Mas é um heptacampeão, tem histórico. Pronto: hoje, tem mais espaço do que Mark Webber ou a Red Bull.
Pouco importa quem foi o vencedor em Mônaco. O banho de piscina de Webber rendeu algumas fotos. O domínio da Red Bull pode até acender a luz amarela na Ferrari e na McLaren. Mas o assunto do pós-Mônaco é a luz verde sobre Schumacher.
Sim, havia uma luz verde bem no ponto onde Fernando Alonso espalhou e Schumacher fez a ultrapassagem sob safety car, na última curva. Pode ter confundido o alemão? Sim, mas toda confusão envolvendo Schumacher deixa uma desconfiança.
Pelo regulamento nu e cru (odeio chavões), Schumacher errou. O artigo 40.13 é claro sobre a questão do safety car na última volta.
Ele alegou ter consultado a equipe, que disse que a ultrapassagem era permitida. "Ouvi a mensagem 'pista liberada'. Isso significa que o safety car foi embora, a zona do acidente estava limpa, então achei que podia ir". Pode ser? Pode, mas nos faz crer que ele já vinha planejando o ato, que não teria sido um "acidente".
Fato é que, durante duas horas, ninguém tinha certeza de nada, nem mesmo a FIA. Nas transmissões (e eu não ouço a transmissão da Globo) houve quem dissesse no ato que Schumacher não havia burlado a lei. A punição só foi sair duas horas após a prova, ou seja, nem a FIA tinha certeza sobre nada, o que abre a possibilidade da Mercedes recorrer.
A verdade é uma só: o problema todo não foi o erro de Alonso, nem a manobra de quem vinha atrás. O problema é que quem vinha atrás era Schumacher, que tem no currículo tantos atos de genialidade quanto de Dick Vigarista. Três anos atrás, na mesma Mônaco, na mesma curva Rascasse, ele "estacionou" o carro depois de dar a volta lançada no treino. Atrapalhou Alonso. Cinco anos atrás, na mesma Mônaco, ultrapassou Rubens Barrichello na saída do túnel, quando a própria Ferrari disse que não haveria inversão de posições.
O currículo é extenso. Começou em 1994, em Adelaide, quando ele jogou a Benneton em cima da Williams de Damon Hill após bater sozinho e ver o título mundial indo para o beleléu. Tirou o inglês da prova e levantou a taça.
O mesmo Damon Hill que o julgou em Mônaco.
Em tempo: houve, sim, na história, pilotos brasileiros fazendo qualquer coisa para vencer e ser campeão. Um dia falaremos sobre isso.

Nenhum comentário :

Postar um comentário