quarta-feira, 3 de março de 2010

A rodada da ressaca

E a 12ª rodada do Campeonato Paulista começa na base da ressaca da 11ª. Todo mundo entra em campo com alguns assuntos mal resolvidos e loucos por um ponto final que lhes agrade.
O Corinthians é o mais ferido. Ainda não aceitou o espaço perdido na mídia nos últimos dias. Mal acostumados, os jogadores consideram um absurdo a grande mídia falar em Santos e Neymar simplesmente por uma vitória em um clássico, por nove vitórias consecutivas e pela liderança com quatro pontos de vantagem. Não se conformam com os três dias sem puxa-saquismo, depois de dois anos ininterruptos.
Desde 2008 considerados os melhores entre os melhores, os maiores de todos os tempos, vistos como algo que o futebol jamais imaginou ter algum dia, os jogadores corintianos se mordem ao ligar a TV e ver imagens do clássico. Onde estão as matérias contando em detalhes por que eles são maravilhosos? Cadê os repórteres que viviam dizendo o quanto eles eram sensacionais? Chicão já deu a resposta: disse que Neymar "nem é tudo isso". É na base da infantilidade que o Corinthians pega o Botafogo. Na infantilidade e com a genialidade de Mano Menezes, o único treinador da história a armar um time no 4-4-2, com três atacantes.
O São Paulo, também mal acostumado, usa Fernandinho para reaver seu espaço na mídia. Depois que uma série de problemas de bastidores surgiram e o clube não foi mais visto como "o que melhor trabalha e o que melhor contrata", o Tricolor explora ao máximo os quatro gols em 45 minutos. Corre o risco de mandar Fernandinho a campo e ele não marcar nenhum contra o Oeste. Se isso acontecer, aqueles que o promoveram e que o usam para conseguir espaço irão se esconder. E pobre do jogador, que ficará sozinho.
No Palmeiras, o clima é de segundo tempo do jogo contra o Rio Claro. Parece que o time não voltou do Interior. Não aceita ter sido derrotado, mesmo em um campo pesado e com a bola sem rolar. Pega um Santo André que luta pela classificação e que gosta de aprontar pra cima do Verdão, vide Copa do Brasil de 2004 e o Brasileirão do ano passado.
E o Santos? O Santos está na dele. Tão na dele que corre risco. Pega o Paulista, que briga para não cair, e em Jundiaí. Parece que Dorival Júnior mantém os pés no chão. Mas com Neymar "tendo vontade" de dar chapéu com a bola parada, o treinador precisa ficar 24 horas de olho. Um revés pela diferença mínima e a mesma mídia que enalteceu o Santos dirá, certamente, que sabia desde o início que o Santos não é tudo isso, que não tem esse negócio de Meninos da Vila e que Neymar é só firula e pouca objetividade.
Por precaução, o Santos foi o último assunto deste texto. Se o encanto acabar, o torcedor santista já vai se acostumando à posição que o clube vai ocupar em outras formas de mídia...

3 comentários :

  1. Paulo, o Corinthians sempre foi o queridinho da mídia e, como você bem disse, ocupa 90% dos noticiários paulistas. Agora, não me espanta essa dor de cotovelo, pois se trata de postura de maus perdedores. E com esse clima, acham que ganharão a Libertadores...

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  2. O Corinhians usa e abusa da midia.

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  3. Não concordo com você Em minha opiniao, o corintians é o time que tem menas cobertura da imprenssa. O reporters estão sempre metendo o pau no nosso timao, exlusive voce !

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