Não dá mais

Sou um saudosista, um tradicionalista em potencial.

Gosto das coisas como elas eram, não como são. Sou reticente às grandes mudanças, a não ser quando elas são necessárias ou trazem melhorias. Gosto das coisas antigas e torço para que pouca coisa mude. Já não basta aquilo que mudou e não precisava mudar.

Evidente que com o futebol não seria diferente. Chamar o bandeirinha de árbitro assistente é, para mim, uma frescura sem tamanho. Mais fresca ainda é aquela bandeira quadriculada de vermelho e amarelo, ui! O bandeirinha 1 carrega uma bandeira toda vermelha e o 2 leva uma toda amarela. E pronto. Acabou. Simples assim.

Estádio onde você não senta no cimento e não suja a boca na grade do alambrado para xingar o juiz, o técnico, o jogador? Que futebol é esse? Não pode nem jogar uma pipoca no bandeirinha que interditam o estádio? Esse futebol anda muito fresco mesmo!

Mas não dá pra ser radical. E algumas mudanças precisam acontecer. O uso dos recursos eletrônicos passou a ser fundamental. Os lances envolvendo a Inglaterra e a Argentina na Copa do Mundo provaram isso de uma vez por todas. Não dá mais. Em lances capitais, é preciso recorrer à TV.

Não será perda de tempo. Primeiro porque a repetição teria que ser rápida. Segundo, porque não seria um recurso para definir um arremesso lateral ou uma falta no meio de campo. Seria apenas para os lances capitais, aqueles que podem decidir uma partida ou o futuro de um time. E pode haver limite, por exemplo: cada time teria direito a apenas um pedido por tempo de jogo. E, mesmo assim, quando gerasse a dúvida.

Foi pênalti? A bola entrou ou não? Estava impedido? Vamos à TV. Vê o replay, para a imagem, volta...isso é rápido. Basta querer.

O problema é que a Fifa insistem em não querer. A gente entende...quem decide as coisas no futebol não sujou a boca no alambrado nem a roupa na arquibancada. É melhor manter um sistema retrógrado, ultrapassado. É melhor deixar a culpa com o árbitro, pois ele está lá para isso mesmo.

Essa é a modernização do futebol. O mundo vê, a Fifa não.