quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Luxação


Então, o Atlético-MG acertou com Vanderlei Luxemburgo. O treinador dá continuidade à sua caminhada na descendente indo para Minas Gerais. O Galo, debaixo da felicidade do presidente Alexandre Kalil, tenta enxugar as lágrimas de um 2009 decepcionante trazendo um treinador caro, que vem sendo ultrapassado por alguns novatos, mas que sempre dá a esperança de ter algum coelho naquela cartola.
Cartola...a ambição de Luxa. O afã de comandar os clubes por onde passa deixou seu trabalho como treinador em segundo plano. Desde 2004 foram três títulos paulistas e nada mais. Teve nas mãos equipes prontas para erguerem Copas do Brasil e Libertadores. Não o fez.
No Real Madrid, foi mal. Boicotado, é verdade. No Santos, mandou Giovanni embora, dispensou outros atletas sem razões plausíveis, inchou o elenco com jogadores do modesto Iraty e esvaziou os cofres do clube com seu salário e os vencimentos de uma grande e cara comissão técnica. Em dois anos, venceu os dois estaduais. E só. Ao final de 2007, tornou-se cabo eleitoral de Marcelo Teixeira. O presidente foi reeleito e perdeu o treinador, que seguiu para o Palmeiras.
No Palestra, Luxa não foi buscar atletas no Iraty, mas encaixou seus jogadores. Custou caro ao clube e só deu um Campeonato Paulista. Não se entendeu com a facção (nem era obrigado a isso) e, em dado momento, pensou que estivesse na Vila Belmiro. Quis mandar mais que o presidente. Caiu.
Voltou para o clube onde, se quisesse, sentava na cadeira do mandatário e dava ordens nele. Mas o Santos não era o mesmo de antes. E Luxemburgo não era mais o mesmo treinador. Enquanto se preocupava em elaborar projetos para o clube todo, como se a função assim o permitisse, Luxa via Muricy Ramalho chegar perto do quarto título brasileiro consecutivo. Disse que teria uma parcela da responsabilidade no caso de um eventual título Alviverde, mas não teve nenhuma culpa da queda em 2002, pois havia saído antes. Vanderlei ainda viu Adílson Batista e Dorival Júnior crescerem, viu Ricardo Gomes consolidando um bom trabalho no Brasil, viu Andrade perder a condição de interino para ficar com a de campeão, com uma arrancada que começou na Vila Belmiro, em cima do time comandado por Luxemburgo.
Enquanto tudo isso acontecia, Luxa estava atrelado ao seu projeto de ir além dos gramados. Em campo, os resultados não vieram e alguém tinha que carregar esse ônus. Que fique com a Imprensa. Afinal, para que noticiar a derrota? A solução foi escolher dois profissionais éticos e competentes do maior veículo de comunicação da Baixada Santista e execrá-los via internet. Palavras, linhas e textos dedicados aos jornalistas. Era por culpa deles que o Santos não vencia. "É bom que a torcida saiba que o repórter Fulano trabalha contra o Santos", chegou a dizer em um dos textos. Deu espaço para comentários mentirosos, elaborados por seres inexistentes. Chegaram a utilizar o nome de ex-funcionários do jornal indevidamente.
A última cartada foi trablhar na campanha para a reeleição de Teixeira. Afinal, quem mais lhe daria o clube para fazer o que bem entendesse? O associado do Santos disse: "chega". Luxemburgo deixou o Santos sem que ninguém chorasse, sem que ninguém o taxasse de mercenário. Saiu da pior forma: ignorado.
Em 2010, quer repetir no Galo o que fez no Cruzeiro em 2003. Se conseguir a metade desse resultado, baterá no peito e dirá: "eu existo". Caso contrário, a Imprensa mineira pode dar início ao sorteio para saber quem será a bola da vez. E Kalil que fique de olhos arregalados, antes que seu nome mude para Alexandre...Caiu...

Um comentário :

  1. A VAIDADE pode ajudar ou prejudicar as pessoas. Esse ano prejudicou o Santos. Espero que em 2010 não prejudique o Galo .

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