quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Se"



Uma das teses mais corretas do futebol é aquela que diz que o "se" não joga. Futebol não tem "se"; tem resultados. Justos ou não, corretos ou não, isso é outro problema.
Porém, vamos dar um bico temporário nessa tese e admitir a presença do "se" para medir o tamanho do prejuízo do Palmeiras nas últimas rodadas. Haverá quem defenda que esse prejuízo é mínimo. O Verdão continuará líder na próxima segunda-feira. Só que a diferença pode ser de um ponto para o segundo colocado, quando poderiam ser 15.
O Palmeiras entrou na 28ª rodada com 53 pontos. Na ocasião, o São Paulo, segundo colocado, tinha 48, o Atlético-MG 47 e o Internacional, 44. No dia 8, o Avaí quase apronta no Parque Antártica, mas o jogo fica 2 a 2. Nessa mesma rodada, o São Paulo empata com o Coritiba (2 a 2), o Atlético perde para o Botafogo (3 a 1) e o Inter vence o Náutico (3 a 1). Então, o Palmeiras chega aos 54, São Paulo aos 49 e Inter e Atlético empatam com 47.
Veio, então, a rodada do feriadão, com jogos até na segunda-feira. No sábado, dia 10, o São Paulo perde para o Flamengo e o Inter empata em casa com o Atlético-PR. Na segunda, o Galo perde para o Cruzeiro e o caminho fica livre para o Palmeiras...perder para o Náutico, 3 a 0.
Tudo bem, pouca coisa mudou. Então vem o último final de semana. O São Paulo perde em casa para o Atlético-MG e o Inter empata com o Flamengo. Basta ao Palmeiras vencer o Flamengo...Petkovic dá um show no Palestra. E conta o Santo André, melhor nem falar muito...
Agora, vamos ao "se". Mudamos os resultados do Palmeiras e de mais ninguém. Digamos que o time tivesse vencido o Avaí, empatado com Náutico (era fora de casa) e Flamengo e tivesse superado o Santo André. Só nessa conta, o Verdão teria 61 pontos, contra os mesmos 50 do Atletico-MG. Na previsão mais otimista, ou seja, vitórias nos quatro jogos, chegaria aos 65. Seriam 15 pontos de diferença, com os outros disputando 24.
E o que aconteceu, então? O time viu a possibilidade de disparar, de ser campeão com várias rodadas de antecedência e se empolgou. Entrou nos jogos se lançando ao ataque, sem padrão nenhum. Assim, se expôs aos contra-ataques e levou gols. E, atualmente, quando isso acontece, o time se perde de vez. Contra o Santo André, por exemplo, parecia que os jogadores estavam mais preocupados em saber com que cara olhariam para a torcida e a Imprensa do que em tentar virar o jogo.
Mas isso é bom, indica que o time tem jeito. O que precisa é Muricy Ramalho usar a experiência que tem e trabalhar com essa afobação, os jogadores mais rodados controlarem os menos experientes e o time se encontrar novamente, jogar jogo a jogo, pensar só no próximo adversário. Esqueçam críticas e estatísticas, como a de que os campeões por pontos corridos não tiveram essa queda. Tudo isso passa com uma boa sequência. Agora, façam essa boa sequência, ou então o "se", usado sete vezes até agora, será transformado em São Paulo, Atlético-MG, Inter, Flamengo...

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