sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O cara

Deivid é homem.
Mas é homem na real concepção da palavra.
Já se sabia que é bom jogador.
E também que é dono de um caráter irretocável.
Um dos caras mais gente fina que já conheci.
Foi em 1999, no Santos, quando o garoto do Nova Iguaçu havia acabado de chegar.
Mal tinha um contrato na Vila Belmiro.
O garoto cresceu, foi para o Corinthians, Cruzeiro, voltou para o Santos, jogou na Turquia e foi parar no Flamengo.
E no Flamengo protagonizou o lance mais falado, comentado, repetido, zoado.
Acontece. Não tem que acontecer, mas acontece.
Não foi por isso que o Flamengo perdeu a vaga na decisão.
Felipe rebateu duas bolas para a frente, Léo Moura ficou mais preocupado em pedir pênalti, Ronaldinho Gaúcho...Ronaldinho Gaúcho...
O mundo não acabou. O mesmo Flamengo que está fora da final da Taça Guanabara pode ser campeão carioca. Tem que vencer a Taça Rio e se garantir na decisão.
Mas Deivid perdeu o gol. A conta vai para ele.
E o que ele faz?
Paga.
Paga quando concede entrevista na saída para o intervalo, quando volta a falar no fim da partida, quando, no dia seguinte, se lança na coletiva e fala o que tem que ser dito.
Porque Deivid é homem, é macho, tem caráter.
Outros, por muito menos, não falariam com ninguém. Já vi isso trocentas vezes.
Há quem faria pior: trataria com indiferença.
Sim, também vi.
Mas Deivid é homem, é fera, tem caráter.
Joga sem receber tudo o que deveria. Se lança, dá a cara a tapa.
Isso passa. Tudo passa. Palermo é ídolo no Boca Juniors e o cara que perdeu três pênaltis em uma partida.
Porque é mais fácil lembrar do negativo.
Tira o Deivid de campo.
E cadê o negativo?
Só pelo caráter dele, tem todos os positivos...

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