segunda-feira, 10 de maio de 2010

Depois de Barcelona

Está mais do que claro o paradoxo criado pela entrada de novas equipes na Fórmula 1 em 2010. Ao mesmo tempo em que a categoria mostrou-se prestigiada e venceu a monotonia dos 20 carros no grid, um monstro foi ganhando forças e agora resolveu mostrar sua verdadeira face: a disparidade entre os times.
É possível dividir a Fórmula 1 de hoje em quatro escalões:
1- A elite: Ferrari, McLaren e Red Bull são os times que brigam pelo título. O Mundial de 2010 será conquistado por um entre seis pilotos e, fatalmente, um desses três times levará o campeonato de construtores.
2- A quase elite: Mercedes e Force India são equipes que iriam mais longe se não houvesse as equipes da elite. E aí temos um paradoxo dentro de outro. Enquanto a Mercedes vem com a fama da antiga Brawn GP, campeã de 2009 e candidata ao título até o início desta temporada, a Force India surge como um time que jamais conseguiria nada e hoje até que dá um trabalho. E aí aparece o empate entre as equipes.
3- Os figurantes: Williams, Toro Rosso, Renault e Sauber não estão nem lá, nem cá. Ficam ali, brigando pelo décimo qualquer coisa lugar e, quando vão ao Q3 nos treinos, comemoram.. Lamentável termos duas equipes campeãs do mundo neste grupo.
4- Os trapalhões: Lotus, Virgin e Hispania poderiam vir a público e dizer o que estão fazendo na Fórmula 1. Enquanto os projetistas elaboram carros com tanques menores, caso da Virgin, os pilotos passam vergonha nas pistas. Bruno Senna começa, injustamente, a cair em descrédito diante da inevitável e cruel comparação com o tio.
O grande problema neste momento é que a Fórmula 1 segue nesta semana para Monte Carlo. O GP de Mônaco, o mais antigo, bonito e tradicional da categoria, é um dos piores em termos de corrida. Se em Barcelona tivemos pilotos quase parando os carros na hora de tomar uma volta e os que tentavam ultrapassá-los tendo enormes dificuldades para vencê-los, o que vai acontecer nas ruas do principado, onde não há pontos de ultrapassagem? Vai ser em Mônaco que a Fórmula 1 enxergará na prática a disparidade entre as equipes e o quanto os candidatos à vitória vão sofrer nas mãos dos que buscam espaço.
Aliás, espaço é o que vai faltar para quem quiser vencer...

Um comentário :

  1. Paulo, eu sou a favor de uma virada radical na F1. Padroniza tudo! Um time de engenheiros seria montado pela FIA e eles desenvolveriam chassis, motor, bicos e suspensão. Feitos todos os testes, mandariam o projeto às equipes e, dentro de um determinado prazo, estes carros estariam alinhados no grid para as provas do calendário. Com tudo igual, teriamos uma disputa onde somente o piloto bom brigaria pelas primeiras posições.
    Ah, outra coisa: no meu calendário perfeito da F1, Mônaco não passaria nem perto... Abraços!

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