sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A mania do megalo

O processo é bastante comum, e, de certa forma, natural.
O que começa errado não pode dar certo.
O que começa com uma mentira vai mostrar a verdade, cedo ou tarde.
E o que passa pela supervalorização uma hora irá mostrar a cruel face da realidade.
Começou com a mentira do motivo da viagem à Espanha.
O dirigente foi lá por razões pessoais enquanto time jogava a primeira partida da final do estadual.
Um dia depois de, numa tarde fria, chuvosa e por diversas razões esquecível de uma sexta-feira ter dito de maneira categórica que o principal jogador do time não estava à venda. E disse um dia depois do destino desse jogador começar a ser traçado.
Viagem por razões pessoais e o dirigente de lá, sabendo disso, voou para Madri.
Foi o que disse o dirigente daqui.
Quatro dias depois da final do estadual o pai do jogador diz que a novela acabou e ele fica no Brasil. Disse de maneira categórica, irônica e irritada. Porque a Imprensa o irrita. Ele está anos-luz acima dos reles mortais que empunham microfones e gravadores. Ele é o pai da Joia, o responsável pela carreira, aquele ao qual a estrela se reporta.
Se o filho se reporta, que maltrate o repórter.
A verdade é que ele queria ser a estrela. Não é, nunca foi. O filho foi por ele.
Disse que a novela estava encerrada. No dia seguinte, foi. A reunião avançou pela madrugada. Falaram da segunda proposta. A primeira já estava aceita há muito tempo. Restava saber de que maneira a grana iria entrar.
Veio a mirabolante ideia: Uma parte da grana por aqui, a outra por ali e dois amistosos: um lá e outro cá. Ou rolavam os jogos ou vinha uma grana limpa.
Aí o clube não coube em si. Como há mais de três anos não cabe em si. Sofre de crise de identidade. Se vê muito acima do que realmente deveria ser, pela história que tem.
“Nossa, um dos maiores do mundo nos chamando para um churrasco na casa deles. Claro que vamos. É só dizer quando. Só os gigantes são chamados. E somos gigantes. Não deveríamos nem usar o plural, porque perto de nós qualquer outro deixa de existir. Esquece o dinheiro. Vamos brilhar lá. Cuidado, porque nossa luz ofusca o que estiver mais ou menos perto”.
Foram. E mancharam o nome, a história, o tamanho.
A megalomania falou alto. O deslumbramento continua a falar alto.
Tão alto que a declaração sobre a primeira reunião ter sido um convite do pessoal de lá passou despercebida.
Estavam com dezembro de 2011 na garganta.
Acharam que a vingança é um prato que se come frio.
O churrasco foi servido. E degustado com prazer.
Mas a especialidade na Catalunha não é carne.

É Peixe...

Viva o folclore!!

"Estarrecido, meu caro. Estarrecido".
Começou desta maneira a mensagem enviada via WhatsApp para o Maurão.
Maurão, sim. Porque Mauro Beting é pouco.
Pouco para falar de alguém que recebe uma ligação às 19 horas e ouve: "Mauro, sou Paulo Rogério, estou começando a escrever a biografia do Fiori Gigliotti e o Marcelo, filho do Fiori, gostaria que o prefácio fosse escrito por você..."
E às 11 da manhã do dia seguinte ele envia uma mensagem perguntando meu e-mail para enviar o texto.
E o texto?? Ao estilo Mauro Beting. 
Faz quase um ano que estive com ele pessoalmente, no café da área externa do Grupo Bandeirantes de Comunicação.
Mauro estava à vontade, parecia estar em casa. E, a bem da verdade, estava em casa. Porque ele pisou lá pela primeira vez aos nove anos de idade. Começou a vida profissional lá e tinha quase uma década de rádio.
Acompanhou o pai, trabalharam juntos e foi naquele microfone que ele anunciou que o pai tinha ido embora.
Quase dez anos de competência, profissionalismo e caráter.
Mas quem precisa disso? 
Tudo isso passa a ser superficial diante do folclore, do pão e circo, da audiência.
Porque o que importa é a audiência.
Dizem que é a partir dela que o faturamento cresce.
O profissionalismo, a ética e a competência não aumentam o faturamento.
Com eles, sobe apenas uma tal de credibilidade.
Mas quem precisa dela diante do dinheiro a mais que entrou em virtude do folclore, do pão e circo, da audiência?
Mauro não é folclórico, não entra em pão e circo.
É apenas profissional e competente, além de ético.
Mas quem precisa da ética?
Ética não provoca aumento no faturamento.
Ética é dispensável, profissionalismo é dispensável, caráter é dispensável.
Mauro é dispensável.
Há quase um ano escreveu a respeito de Fiori Gigliotti.
Assim como Mauro, um profissional, competente e ético.
E também recebeu o devido bilhete azul.
Quem pecisava de Fiori?
Quem precisa de Mauro?
Viva o folclore, viva a audiência, viva o faturamento!
O resto? Bem, é resto...

domingo, 28 de julho de 2013

Blefe húngaro

Ou Lewis Hamilton estava blefando, ou a Mercedes ficou preocupada com a opinião de seu piloto, se coçou e proporcionou a ele melhores condições para a corrida. Porque quem vê o cara no alto do pódio acha impossível o próprio piloto ter dito, no sábado, logo após estabelecer a pole, que "só um milagre daria a vitória à Mercedes".
Hamilton demonstrava, ao menos nas declarações, uma vasta preocupação com os pneus. Não era exclusividade dele, considerando os mais de 40ºC de temperatura da pista. Mas as palavras dele continham uma dúvida a mais a respeito do carro.
Falo em blefe porque um carro acertado de um dia para o outro é comum, mas o tal milagre não. O que fica claro é que o acerto esteve aliado à estratégia e esse conjunto deu a vitória à Mercedes. Porque desde a primeira parada Hamilton entrava nos boxes antes do pelotão que o acompanhava. E quando os demais entravam, ele já estava em um ritmo suficientemente rápido, que o devolvia a primeira colocação sempre.
Ponto positivo foi o comportamento da Lotus. Sim, havia dúvidas a respeito da equipe. Muita gente achando que o time não iria se segurar em boa fase por muito tempo.
Ponto negativo foi a corrida de Sebastian Vettel. Ok, chegou em terceiro, caminha para um tetracampeonato sem sustos, mas perdeu muito tempo atrás da McLaren de Button. E o carro prateado, sabemos, está longe de ser aquele de outrora.
Pausa para as férias e a Fórmula 1 começa o segundo tempo no fim de agosto.
Sabe quem costuma predominar após a saída da Europa, quando as provas serão disputadas entre Ásia, Oriente Médio e Brasil??
Vettel...