sábado, 23 de outubro de 2010

Yeongam - o grid

Esse final de temporada da Fórmula 1 anda mais misterioso que novela quando vai chegando perto do fim.
Não se superestima ninguém, nem se subestima ninguém.
Deu Sebastian Vettel na pole em Yeongam.
Improvável, jamais impossível.
Improvável porque estava fora da briga até a última volta do Q3, quando só faltava esperar os tempos das Red Bull.
Até então, a pole era de Fernando Alonso.
Jamais impossível porque ele é Sebastian Vettel. E porque pilota uma Red Bull.
Em uma pista que não teve temperatura superior a 26º, os pneus macios, por incrível que pareça, deixavam os carros mais rápidos que os duros. Os candidatos ao título começaram com os compostos duros, apenas para se garantirem até o Q3.
No Q1, Lewis Hamilton foi o mais rápido, com 1min37s113. Vettel ficou em segundo (1min37s123) e Alonso em terceiro (1min37s144).
Os tests com os pneus ficaram para o Q2. Era uma volta com o composto duro, uma troca e a volta para a pista. Alonso chegou a tirar quatro décimos nessa comparação.
Claro que a briga ficaria para o Q3, mas, na segunda parte, as Red Bull disseram: "estamos aqui". Webber fez 1min36s039 e foi o mais rápido, com Vettel 0,35s mais lento. Felipe Massa (sim!) foi o terceiro, com 1min36s169.
A mesma tática duro/mole foi usada no Q3, com um agravante: quatro pilotos loucos pela pole. Hamilton saiu da briga logo, pois não conseguia melhorar o tempo. O negócio, então, era esperar um daqueles coelhos que Alonso sempre tira do boné. Tirou, ao cravar 1min35s766 e ser o primeiro a andar abaixo de 1min36s.
O problema Webber ter cruzado a linha a menos de 10 segundos para o fim do treino. Teria direito a mais uma volta.
Na qual Vettel já estava.
O alemão, então, cravou 1min35s585, para não ser mais superado. Webber fez 1min35s659 na volta derradeira, deixando Alonso em terceiro.
Para a corrida, teremos uma fechadíssima curva para a esquerda ao final da reta dos boxes. É público e notório que na Red Bull não vai ter jogo de equipe. E Fernando Alonso vem que vem louco pelo primeiro lugar. Ah, com Hamilton chegando.
Estão esperando um enrosco histórico logo na largada?
Eu sim...
Segue o grid.
1ºSebastian Vettel (Red Bull) 1min35s585
2º Mark Webber (Red Bull) 1min35s659
3º Fernando Alonso (Ferrari) 1min35s766
4º Lewis Hamilton (McLaren) 1min36s062
5º Nico Rosberg (Mercedes) 1min36s535
6º Felipe Massa (Ferrari) 1min36s571
7º Jenson Button (McLaren) 1min36s731
8º Robert Kubica (Renault) 1min36s824
9º Michael Schumacher (Mercedes) 1min36s950
10º Rubens Barrichello (Williams) 1min36s998
11º Nico Hulkenberg (Williams) 1min37s620
12º Kamui Kobayashi (Sauber) 1min37s643
13º Nick Heidfeld (Sauber) 1min37s715
14º Adrian Sutil (Force India) 1min37s783
15º Vitaly Petrov (Renault) 1min37s799
16º Jaime Alguersuari (Toro Rosso) 1min37s853
17º Sebastien Buemi (Toro Rosso) 1min38s594
18º Vitantonio Liuzzi (Force India) 1min38s955
19º Jarno Trulli (Lotus) 1min40s521
20º Timo Glock (Virgin) 1min40s748
21º Heikki Kovalainen (Lotus) 1min41s768
22º Lucas di Grassi (Virgin) 1min42s325
23º Sakon Yamamoto (Hispania) 1min42s444
24º Bruno Senna (Hispania)1min43s283

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Yeongam - sexta-feira

Deu Mark Webber em Yeongam.
Você já dirigiu em uma estrada na qual você jamais esteve antes?
Eu já. E é estranho.
Porque você não conhece nada, não sabe se o asfalto vai estar bom o tempo todo, ou se vai aparecer um buraco do nada. E não faz a menor ideia do que virá depois da curva.
Autódromos não são estradas. Não têm buracos na pista e, depois de todas as curvas, você sabe que vai passar pela reta dos boxes.
Mas foi fácil entender a primeira metade dos primeiros treinos livres em Yeongam.
Todo mundo tirando o pé, se familiarizando com a pista da Coreia do Sul.
E a pista estava seca.
Não que isso tenha mudado alguma coisa pela manhã. Quem tinha carro andou na frente.
Lewis Hamilton foi o mais rápido pela manhã, com 1min40s887, seguido por Roberto Kubica (1min40s968) e Nico Rosberg (1min41s152).
É que na segunda metade, o pessoal acelerou.
Dos brazucas, o melhor tinha sido Rubens Barrichello, o 10º, com 1min42s883. Felipe Massa foi o 12º (1min43s054) e Bruno Senna o 23º. Lucas di Grassi nem entrou.
À tarde, o pessoal começou discreto, sem se arriscar. Até Sakon Yamamoto perder o carro na já problemática curva 16 e provocar a paralisação do treino.
Sim, essa curva 16 é pior que a curva 1. Todo mundo está usando a zebra e escorregando ali. Se nada mudar, a corrida pode ser decidida nessa curva.
Com a pista liberada, começou o festival de poles. Michael Schumacher, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Fernando Alonso foram, um a um, baixando o tempo. A casa de 1min40s foi ficando cada vez menor.
Então veio Mark Webber. Secundário, coadjuvante, improvável...1min37s942.
Alguém mais conseguiu baixar? Não.
Alonso foi o segundo (1min38s132), Hamilton o terceiro (1min38s279) e Kubica o quarto (1min38s718).
E todo mundo com pneus macios.
Apenas como informação, Massa foi o 7º, Barrichello o 13º e Di Grassi o 22º.
Bruno Senna? Seguraram o sobrinho até o último instante e então o liberaram para a pista.
Teve tempo para dar apenas uma volta.
Nem preciso dizer em que lugar ficou...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Onde eu assino?

Abel Braga fez uma análise profunda sobre o time do Santos.
Disse que, se o Santos quiser a terceira Libertadores, precisa de mais gente experiente.
Sobretudo na zaga e no meio de campo.
E um cara como Zé Roberto (sim, aquele mesmo) seria o ideal para compor o meio.
Abel Braga ainda não é o técnico do Santos.
Mas fala como se já fosse.
Na visão deste blogueiro, só falta saber se há tinta na caneta.
E então a assinatura virá.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

É...

Comunicado oficial de Bruno Senna (ou da assessoria dele):

"O fato de a pista ser novidade para todos não vai mudar coisa alguma. Não apenas porque o nível dos pilotos da F-1 é elevado, mas principalmente por causa da disparidade de forças. Os pilotos das grandes se prepararam para a prova em simuladores modernos; eu fiquei em casa no fim de semana treinando no Playstation".
De minha parte, sem comentários...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Assessoria já!

Neymar concedeu entrevista ao programa Fantástico.
Andava em silêncio.
Está certo que pouco abriu a boca, mas, ainda assim, disse coisas que merecem atenção, sobretudo a respeito de Dorival Júnior.
Ainda assim, insisto: ele precisa ser melhor assessorado. E estudar.
Aí vai o texto da entrevista, publicado no Globoesporte.com
Nota-se que falta traquejo, falta jogo de palavras.
Um media training não iria mal...


Agora vamos falar de um cara de 18 anos, ídolo da torcida brasileira, que está ficando rico, mas que andou se metendo em confusão. Você conhece esse perfil?

Conheço.

Algo me diz que você conhece bem. Você está bem?

Estou bem, estou feliz.

Está realizado?

Estou realizado com tudo que está se passando na minha vida.

Onde você pensa em chegar? Onde você quer chegar?

Quero disputar todos os melhores campeonatos do mundo. Desde o Paulista até a Copa do Mundo.

Você acha que foi merecido não ser convocado para os amistosos da Seleção Brasileira contra Irã e Ucrânia?

Sim. Acho que pelo que eu fiz, pelo que eu errei, concordo. Eu entendi o porquê da não convocação.

Essa tensão toda das pessoas sobre você e essa fama incomodam você de alguma maneira? O que andou acontecendo? Você estava numa fase mais rebelde?

Não digo rebelde. Eu tenho apenas 18 anos, acabei errando uma vez e não vai acontecer mais.

Mas ter que amadurecer rápido demais, tão depressa, aos 18 anos, pira um pouco? Tira um pouco o chão?

Acho que não tem como amadurecer de uma hora pra outra, a gente vai aprendendo com a vida. (No jogo contra Atlético-GO) explodi porque eu queria bater o pênalti. Eu queria ajudar o time do Santos, queria levar o Santos à vitoria.

Seu pai parece ser uma figura muito presente na sua vida, inclusive está aqui nessa entrevista. Ele fala "não" para você hoje em dia?

Fala, fala.

No Santos, por exemplo, você recebe não?

Recebo.

Você recebe bem, numa boa?

Recebo bem, numa boa.

Você ficou com vergonha (depois do jogo contra o Atlético-GO)?

Fiquei. Fiquei com vergonha. Fiquei com vergonha de ter chegado em casa e visto minha mãe chorar, de ter visto meu pai chorar, ter tomado dura.

Quando seu pai falou com você, a sua mãe chorou. Você se tocou ali?

Me dei conta que tinha errado feio e que tinha que pedir perdão a todos. Não só ao Dorival, mas à minha mãe, meu pai, os torcedores do Santos, o Brasil inteiro, o mundo.

Sua mãe estava chorando. O que ela disse para você?

Falou que não era o filho dela, né? Falou que não era o filho que ela criou. Ela queria o Neymar de volta. Queria o Juninho de volta, como eu sou chamado em casa.

A demissão do Dorival Júnior pesou na consciência?

Fica aquele peso na consciência, sim. Do Dorival ter ido embora. Praticamente foi meu pai durante oito meses. Cuidou de mim, me botou para jogar, me deu alegrias. Eu gostava muito do Dorival.

Depois que ele foi embora você não o viu mais?

Não.

Se você hoje se reencontrasse com o Dorival Jr, o que você teria vontade de dizer pra ele?

Eu daria um abração nele.

Pretende fazer isso?

Claro.