Perder para o Boca Juniors é normal.
Perder para o Boca Juniors na casa deles é normal.
Perder para o Boca Juniors na casa deles por 1 a 0 é normal.
O que não é normal é a forma como se perde.
Porque o Boca é o Boca, mas não mais 'aquele' Boca.
O Corinthians é Corinthians, mas na derrota para o Boca não foi 'aquele' Corinthians.
O Corinthians de 2012 venceu o que venceu, entre outros motivos, por ter um psicológico forte. Tinha o controle da situação, não se deixava levar por nenhum fator, fosse interno ou externo. Sofreu um gol na casa do Boca na decisão e não permitiu que a carga e a responsabilidade dos anos sem Libertadores fosse sequer apresentada. Retomou o controle e empatou a partida, para controlar os 90 minutos da decisão no Pacaembu sem ser ameaçado uma vez sequer.
Sem a carga, nem a responsabilidade, mas com a taça em seu memorial, o Corinthians voltou ao palco da primeira decisão com responsabilidade, tensão e nervosismo menores. Levou um gol e tudo indicava a repetição de um filme exibido há menos de um ano. Mas não. O Corinthians sem a pressão virou o Corinthians da pressão, da responsabilidade, do nervosismo, do "vai acontecer de novo". Erros em passes curtos, desacertos, desatenção, psicológico abalado. O mesmo elenco, que joga junto há tempos e se conhece muito bem, dando ares de que havia se juntado minutos antes da bola rolar. Desentrosamento.
Resultado aceitável, dentro dos primeiros critérios, sim. Resultado reversível, sim, mas desde que o Corinthians volte a ser 'aquele' e que o Boca não resolva ter lampejos 'daquele'.
Não deve ter...