sábado, 20 de novembro de 2010

Mais lento, mas Alonso

Deu Fernando Alonso no segundo dia de testes com os pneus da Pirelli.
Mandou 1min40s529.
Três décimos a menos que Felipe Massa na sexta-feira.
Michael Schumacher foi o segundo e Sebastian Vettel o terceiro.
O quarto foi Rubens Barrichello.
Pastor Maldonado foi o penúltimo com a Hispania, mas ficou à frente da Virgin de Timo Glock.
Se a primeira impressão for mesmo a que fica, consideremos a Ferrari otimista.
Mas claro que falta muito.
E é evidente que Alonso continuará a ser a prioridade em Maranello.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Borracha nova

Felipe Massa deve ter menos problemas com aquecimento do que tinha nos tempos da Bridgestone.
Tempos que ele prefere esquecer.
Quem viu a mudança no semblante do piloto em Interlagos ao ouvir a pergunta sobre os pneus, entendeu.
Ele não aguentava mais.
E em Abu Dhabi, parece começar a mudar essa história.
Junto com a Pirelli.
O brasileiro foi o mais rápido no primeiro dia de testes.
Cravou 1min40s170.
Sebastian Vettel foi o segundo, com 1min40s500.
O terceiro foi um dos moleques da McLaren: Gary Paffet, com 1min40s874.
Rubens Barrichello andou lá atrás, mas a Williams priorizou os testes aerodinâmicos e trabalhou com limitador de velocidade.
Foi só o começo, mas com um pouco de paz ao brasileiro.
Tem mais, tem mais...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tudo novo

Daniel Ricciardo, 21 anos, australiano, conhece?
Iremos conhecer.
Pegou a Red Bull com a qual Mark Webber venceu na Hungria e foi o mais rápido em Abu Dhabi.
Tempo de 1min38s102, 1s3mais rápido que a pole de Sebastian Vettel no sábado passado.
Em segundo ficou Jerome D'Ambrosio, belga, que está com a Renault. Em terceiro, o inglês Sam Bird, com a Mercedes.
O único brasileiro, Luiz Razia, foi 12º com a Virgin.
E assim foi o teste de novatos pós-temporada.
Ainda participaram o mexicano Sergio Perez, confirmado na Sauber para 2011 (6º colocado) e o venezuelano Pastor Maldonado, praticamente certo como companheiro de Rubens Barrichello na Williams. Ele ficou em 8º.
Entre sexta e sábado, os artistas da Fórmula 1 do presente estarão de volta ao circuito.
Serão os testes de pneus.
A Pirelli chegou, a Bridgestone deu adeus.
E uma cara de anos 80 vai surgir.
Não sei se em virtude da Pirelli ou dos testes de pneus.
Coisas que há muito tempo estavam fora da F-1.

A culpa

Uma derrota para a Argentina só é desagradável por uma questão de rivalidade.
As circunstâncias não foram as que tornam o resultado uma tragédia.
Um gol no final, marcado por um craque como Messi, sobre uma Seleção Brasileira em formação e que não jogou tão mal assim.
O que causa estranheza é o tratamento dedicado a Douglas.
Proporcionalmente, o Felipe Melo do amistoso.
"Douglas, vai tomar no c...", gritou Mano Menezes, ao ver que seu pupilo havia perdido a bola de maneira infantil e deu início à jogada do gol argentino.
O áudio captado foi claro.
E muita gente entrou na onda de crucificar o jogador do Grêmio.
Como se a culpa fosse dele.
Vamos aos fatos:
A convocação de Douglas é, no mínimo, obscura.
Isso para não dizer outra coisa.
Se a Seleção é lugar para grandes craques ou jogadores que vivem momentos espetaculares, não é lugar para Douglas.
Ele jamais se encaixou nesses quesitos.
Nunca foi craque e viveu uma boa fase no Corinthians, em 2008. E só.
Jamais foi jogador para compor elenco de Seleção Brasileira.
Portanto, o primeiro erro estava na convocação.
A qual não sei e sinceramente prefiro não saber em qual critério foi baseada.
E Douglas é um jogador que perde bolas com facilidade.
E depois não volta para tentar consertar.
No jogo entre Grêmio x Santos, na semifinal da Copa do Brasil deste ano, Rodrigo Mancha ficou marcado por perder duas bolas que originaram dois gols gremistas.
Nunca mais jogou na Vila Belmiro.
Porém, se você pegar o VT da partida, verá Mancha voltando em desespero para recuperar a bola perdida nas duas ocasiões.
Algo que você não verá em Douglas, responsável por perder a bola que originou o segundo gol santista no Olímpico, na mesma partida.
Ele perde a bola, o Grêmio tenta de tudo para recuperá-la e Douglas volta calmamente, como se não fosse com ele.
E não esqueçamos: Douglas está no Grêmio depois de naufragar no Oriente Médio.
O histórico já mostrava.
Só não viu quem não quis.
Ou quem não quis ver...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O dinheiro, sempre ele

Se você gosta do circuito de Albert Park, se acha Melbourne bonita, se curte o GP da Austrália, aproveite.
Pode ser que acabe depois de 2014.
E, por incrível que pareça, Bernie Ecclestone não tem nada a ver com isso.
Embora o problema seja dinheiro.
Explica-se: desde 1996, quando a prova passou para o Ibirapuera melhorado, a corrida é financiada pelos contribuintes locais.
Adivinha...
Os amigos do Crocodilo Dundee estão achando caro demais, mesmo gostando do negócio.
John Brumby, ministro de estado de Victoria (onde está Melbourne) diz que pra manter a corrida, há um custo de 50 milhões de dólares australianos (Uns R$ 100 milhões) e ela não poderia ser viável para além de 2014, quando acaba o contrato com a Formula One Management.
Gosto de Malbourne. Gosto do GP da Austrália.
Não queria que acabasse.
Mas sou um saudosista.
Gostava mesmo era de Adelaide...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Depois de Yas Marina

Não foi um título resumido ao talento, pois essa característica é muito mais acentuante em Fernando Alonso.
Também não foi um título resumido ao melhor carro, porque Mark Webber tem a mesma máquina e não venceu.
Foi o título de Sebastian Vettel e da Red Bull.
De Sebastian Vettel por pular de improvável e precipitado para o real.
E foi o título da Red Bull pela política do "vão para a pista e se espanquem; que vença o melhor".
Cheguei à conclusão de que esse discurso de "ética na Fórmula 1" e "as coisas devem ser decididas na pista" é uma mania tupiniquim, sem passaporte. A Red Bull foi criticada em várias instâncias pelo sistema que adotou. Sim, meus amigos, muita gente defendeu o jogo de equipe.
O que não entendi foi a firmeza para a defesa de uma ideia momentânea. Primeiro, a Red Bull deveria ter priorizado Vettel, então à frente de Webber no campeonato. Em Interlagos, formou-se uma fila dos que defendiam a prioridade ao australiano. Diziam que o pessoal das asinhas poderia entregar o título para a Ferrari.
Poderia sim, se arriscou sim, mas venceu. Fato.
Sobrou para Alonso reclamar de Vitaly Petrov. Sim, ele queria que o russo abrisse caminho em uma disputa de posições porque..."is...faster...than...you". Tá bom, Alonso, só que o carro da Renault é amarelo.
Definitivamente, Alonso era o dono dos carrinhos na infância. Ou era do jeito dele ou ele não brincava mais.
A Williams renovou com Barrichello. Mais uma daquelas verdades que são mentiras até que se tornem verdades. Coisas da Fórmula 1.
E para onde vamos agora? Sei lá, para casa, mas os assuntos não acabam. Tem muita especulação para virar verdade ainda.
E um novo campeão...

domingo, 14 de novembro de 2010

O perfil do campeão

Nome: Sebastian Vettel
Nascimento: 3 de julho de 1987, em Heppenheim (Alemanha)
Início da carreira: Aos 7 anos, no kart. Em 2004, foi campeão da na F-BMW Alemã, vencendo 18 de 20 corridas. Passou pela Fórmula 3 Europeia
Na Fórmula 1: Começou como terceiro piloto da Sauber, em 2006, realizando testes na Turquia. Estreou realmente no GP dos Estados Unidos de 2007. No mesmo ano, foi para o GP da Hungria como titular da Toro Rosso, equipe pela qual venceu o GP da Itália de 2008. Em 2009, iniciou na Red Bull
GPs disputados: 56
Vitórias: 10
Pódios: 16
Pontos: 301
Pole positions: 14
Voltas mais rápidas: 5

Vettel, improvável, mas real

O relógio marcava 12h42 pelo horário de Brasília, 18h42 em Abu Dhabi.
E a Fórmula 1 tinha um novo campeão.
Aos 23 anos, um alemãozinho talentoso, rápido, por vezes precipitado e até por isso improvável, entrava para a galeria dos imortais. A mesma que tem nomes como Juan Manuel Fangio, Graham Hill, James Hunt, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna, Alain Prost, Jackie Stewart, Michael Schumacher, etc, etc, etc...
O nome dele: Sebastian Vettel.
A equipe: Red Bull.
O mais jovem a conquistar o título na história. Improvável pelo estilo arrojado, que por vezes provocou derrotas e até os questionamentos sobre estar ou não pronto para ser campeão. Improvável por jamais ter liderado um campeonato.
Improvável, mas real.
Sebastian Vettel venceu com autoridade o Grande Prêmio de Abu Dhabi. Com autoridade e inteligência. Lewis Hamilton foi o segundo colocado e Jenson Button o terceiro. Fernando Alonso, o provável há pelo menos três corridas, foi apenas o 7º. E Mark Webber, mais provável que Vettel, chegou em 8º.
Assim, Vettel chegou aos 256 pontos. Alonso ficou com 252 e Webber com 242. Hamilton fechou com 240.
Vettel lidera o campeonato pela primeira vez, na última prova. E é campeão.
Largando na pole, a vida de Vettel estava muito mais fácil. Melhor segurar o ímpeto do segundo colocado do que tentar forçar uma liderança. Ele se segurou bem. No pelotão, Alonso, de cara, perdeu a terceira colocação para Button.
Porém, ainda na primeira volta, Michael Schumacher rodou. Tocado ou não, ficou na contramão. E Vitantonio Liuzzi subiu com a Force India na Mercedes do alemão. Safety car.
A retomada veio na quinta volta e em pouco tempo os pit stops começaram. Hamilton parou na volta 12. Felipe Massa (que chegou em 10º) na 14. Alonso foi parar na volta 16, junto com Mark Webber e voltando à frente do australiano.
Aí a coisa começou a degringolar para o espanhol. Alonso voltou atrás de Vitaly Petrov, porém, mesmo com mais qualidade, não chegava perto do russo. Até andava a menos de 1 segundo de diferença, porém, estranhamente, não atacava. Lá na frente, Button andava à frente de Vettel, que tinha parado na volta 23 e voltado em segundo. Porém, Button demoraria a entrar nos boxes.
Alonso não ultrapassava de modo algum. As posições só eram ganhas quando outros pilotos iam para a troca de pneus. Para Vettel, o caminho para o título abriu de vez na volta 39, quando Button foi para os boxes. Então, enfim, o alemãozinho que mostrava talento em 2008, quando venceu em Monza com uma humilde Toro Rosso (tornando-se o mais jovem a vencer), o alemãozinho precipitado e que sempre pode errar sozinho, mostrou maturidade. Não foi afoito, não foi além do que precisava. Atuou como um veterano, administrou e chegou à vitória. E às lágrimas.
Fora do carro, uma comemoração normal de um campeão, nada de extravagante. Na galeria dos campeões, um novo nome e, sobretudo, um grande nome.
Mais que a vitória de Vettel, destaca-se o título da Red Bull. O pessoal das asinhas poderia ter colocado tudo a perder ao não escolher um piloto e trabalhar para ele, ao mandar os dois se matarem na pista e quem ganhar, ganhou. Foram criticados por isso. Arriscaram tudo em Interlagos, ao permitirem que Vettel vencesse sem ordens de equipe. Vestissem os dois macacões vermelhos e fatalmente viria uma ordem pelo rádio.
Talvez parecida com a que veio na Alemanha, terra de Vettel, quando o campeonato estava longe de ser definido e a Ferrari estava escolhendo um pseudo-campeão.
Não, a Red Bull não. A Red Bull decidiu na pista. Arriscou, poderia ter visto Alonso campeão. Nem assim mudou a política. Os dois na pista e que vença o melhor.
Venceu a Red Bull, com barba e cabelo. Títulos de pilotos e de construtores.
Venceu o esporte.
A imagem da vitória: Vettel chorando no rádio da Red Bull
A imagem da derrota: Alonso reclamando com Petrov depois da prova, exigindo que o russo abrisse para que ele passasse. Talvez exigindo que a Ferrari invadisse o rádio da Renault e dissesse a Petrov: "Alonso...is...faster...than...you".
Melhor a Ferrari dizer ao seu piloto: "We...are...the...great...loseres".