sábado, 12 de dezembro de 2009

O velho Vamp



Tive a oportunidade de estar com esta figura aí da foto. Ele mesmo, Vampeta, o velho Vamp. Esteve em Santos para participar do jogo de fim de ano promovido por Serginho Chulapa e Gilberto Costa, na praia.
Confesso ter mudado meu conceito. Não gostava muito daquele jeito falastrão e provocador que ele tinha, mas hoje, por incrível que pareça, vejo que esse tipo de jogador faz falta: aquele provocador, polêmico, mas que entra em campo e resolve.
Vampeta continua o mesmo. Inteligente, de bom papo, humilde, sabedor daquilo que fala e, sobretudo, falando o que pensa. Se não gostar, problema seu. Olha só algumas coisas que ele disse a este repórter.
1- Torceu para o Palmeiras ser campeão brasileiro. "Quando o Corinthians saiu da disputa, torci para o Palmeiras, para que o título ficasse em São Paulo".
2- Que Diego Souza, que nada! "O craque do Brasileirão deveria ser o Petkovic. Ele conduziu o Flamengo ao título".
3- Corinthians; quem sabe a Libertadores? "Graças a Deus, Boca e River não estão. E nem o Palmeiras, que eliminou a gente duas vezes".
4- O melhor Corinthians era o de 2000. "Arrumamos a zaga com o Fábio Luciano e o Adílson Batista. Dali pra frente era só alegria". (NR: o meio-de-campo daquele time tinha Vampeta, Rincón, Ricardinho e Marcelinho Carioca. O ataque era formado por Edílson e Luizão)
5- Faltam mais Vampetas no futebol. "Hoje o jogador não fala mais. Tudo é o empresário. Eu parei, o Romário parou, ficou o Ronaldo sozinho".

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Raça vascaína


Quero deixar uma coisa bem clara antes de dar início a este post: eu não gosto do sr Antonio Carlos Zago.
Antonio Carlos encerrou a carreira de jogador em 2007, defendendo o Santos. No último jogo do Campeonato Brasileiro daquele ano (derrota por 4 a 2 para o Fluminense, na Vila Belmiro), o zagueiro ajoelhou-se no gramado, recebeu mil homenagens e, no dia seguinte, assumia a gerência de futebol do Corinthians. Até aí, tudo bem, não fosse o fato dele já estar trabalhando para o clube do Parque São Jorge quando ainda jogava no Santos e, principalmente, tentando levar atletas da Vila Belmiro para lá.
Porém, como diz o filósofo, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. A torcida do Vasco não pode rejeitar o nome de Antonio Carlos como possível treinador da equipe por causa da acusação de racismo. Lembram? Antonio Carlos jogava no Juventude e, em um jogo contra o Grêmio, teria chamado Jeovânio de "macaco" e, ainda por cima, esfregou dois dedos no braço. Ele disse que se arrependeu, foi punido e o assunto foi encerrado.
Antonio Carlos está no São Caetano e estava bem cotado para assumir o Vasco. Mas a torcida vascaína foi para a internet e deixou claro que quer qualquer um, menos ele. No Orkut, a comunidade "Vasco da Gama", com 373 mil membros, expõe em sua página de apresentação uma foto de Zago e os dizeres: "Racista, não".
Qualquer tipo de racismo é abominável, seja contra negros, nordestinos, judeus e por aí afora. Mas Antonio Carlos já se desculpou e esse assunto deveria ser deixado de lado.
Se a torcida argumentar que Zago não tem a devida experiência para assumir um time com a grandeza do Vasco no primeiro ano da volta à Série A, concordo e assino embaixo. Mas não aceitá-lo no clube por causa de um deslize é o que podemos classificar como "falso moralismo". Afinal, que atire a primeira pedra quem nunca pecou...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Avisado antes


São Paulo ainda se recuperava de uma anormal terça-feira quando a Fórmula Indy definiu o traçado do GP do Brasil, dia 14 de março, em São Paulo.

Conforme dissemos neste espaço, a pista será na área do Sambódromo. O anúncio oficial sai logo, logo.

A reta principal será na pista local da Marginal Tietê. As duas faixas da rua Olavo Fontoura serão usadas e a ligação entre elas será a Praça Campo de Bagatelle. Os carros vão até o estacionamento do Anhembi e, de lá, retornam à Marginal.

A chuva de terça deixou toda essa área inundada, inclusive a pista do Campo de Marte, que fica em frente ao Sambódromo. Março é um mês chuvoso. Bom, o traçado foi anunciado com três meses de antecedência...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Luxação


Então, o Atlético-MG acertou com Vanderlei Luxemburgo. O treinador dá continuidade à sua caminhada na descendente indo para Minas Gerais. O Galo, debaixo da felicidade do presidente Alexandre Kalil, tenta enxugar as lágrimas de um 2009 decepcionante trazendo um treinador caro, que vem sendo ultrapassado por alguns novatos, mas que sempre dá a esperança de ter algum coelho naquela cartola.
Cartola...a ambição de Luxa. O afã de comandar os clubes por onde passa deixou seu trabalho como treinador em segundo plano. Desde 2004 foram três títulos paulistas e nada mais. Teve nas mãos equipes prontas para erguerem Copas do Brasil e Libertadores. Não o fez.
No Real Madrid, foi mal. Boicotado, é verdade. No Santos, mandou Giovanni embora, dispensou outros atletas sem razões plausíveis, inchou o elenco com jogadores do modesto Iraty e esvaziou os cofres do clube com seu salário e os vencimentos de uma grande e cara comissão técnica. Em dois anos, venceu os dois estaduais. E só. Ao final de 2007, tornou-se cabo eleitoral de Marcelo Teixeira. O presidente foi reeleito e perdeu o treinador, que seguiu para o Palmeiras.
No Palestra, Luxa não foi buscar atletas no Iraty, mas encaixou seus jogadores. Custou caro ao clube e só deu um Campeonato Paulista. Não se entendeu com a facção (nem era obrigado a isso) e, em dado momento, pensou que estivesse na Vila Belmiro. Quis mandar mais que o presidente. Caiu.
Voltou para o clube onde, se quisesse, sentava na cadeira do mandatário e dava ordens nele. Mas o Santos não era o mesmo de antes. E Luxemburgo não era mais o mesmo treinador. Enquanto se preocupava em elaborar projetos para o clube todo, como se a função assim o permitisse, Luxa via Muricy Ramalho chegar perto do quarto título brasileiro consecutivo. Disse que teria uma parcela da responsabilidade no caso de um eventual título Alviverde, mas não teve nenhuma culpa da queda em 2002, pois havia saído antes. Vanderlei ainda viu Adílson Batista e Dorival Júnior crescerem, viu Ricardo Gomes consolidando um bom trabalho no Brasil, viu Andrade perder a condição de interino para ficar com a de campeão, com uma arrancada que começou na Vila Belmiro, em cima do time comandado por Luxemburgo.
Enquanto tudo isso acontecia, Luxa estava atrelado ao seu projeto de ir além dos gramados. Em campo, os resultados não vieram e alguém tinha que carregar esse ônus. Que fique com a Imprensa. Afinal, para que noticiar a derrota? A solução foi escolher dois profissionais éticos e competentes do maior veículo de comunicação da Baixada Santista e execrá-los via internet. Palavras, linhas e textos dedicados aos jornalistas. Era por culpa deles que o Santos não vencia. "É bom que a torcida saiba que o repórter Fulano trabalha contra o Santos", chegou a dizer em um dos textos. Deu espaço para comentários mentirosos, elaborados por seres inexistentes. Chegaram a utilizar o nome de ex-funcionários do jornal indevidamente.
A última cartada foi trablhar na campanha para a reeleição de Teixeira. Afinal, quem mais lhe daria o clube para fazer o que bem entendesse? O associado do Santos disse: "chega". Luxemburgo deixou o Santos sem que ninguém chorasse, sem que ninguém o taxasse de mercenário. Saiu da pior forma: ignorado.
Em 2010, quer repetir no Galo o que fez no Cruzeiro em 2003. Se conseguir a metade desse resultado, baterá no peito e dirá: "eu existo". Caso contrário, a Imprensa mineira pode dar início ao sorteio para saber quem será a bola da vez. E Kalil que fique de olhos arregalados, antes que seu nome mude para Alexandre...Caiu...

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Indycação de chuva



Resolveu chover em São Paulo. Muito mais do que qualquer um poderia esperar. Em uma madrugada veio 60% da água esperada para os 31 dias de dezembro.
Quem vive em São Paulo sente na pele e quem não vive imagina: os rios transbordam, as marginais param, os acessos às rodovias ficam comprometidos, o congestionamento se alastra. Eram 119km na manhã de terça-feira.
Dos 13 pontos de alagamentos intransitáveis, 10 estavam nas marginais. A Tietê era a pior. O Campo de Marte ficou parcialmente inundado. O caos foi instalado na Zona Norte.
E o que temos a ver com isso? Em março de 2010, a Fórmula Indy desembarca em São Paulo, para uma prova nas ruas. O circuito não foi definido, mas as correntes mais fortes indicam uma área na Zona Norte da Cidade, envolvendo um trecho da Marginal Tietê e as proximidades do Campo de Marte. Há quem defenda até a utilização da pista do aeroporto.
Não é necessário ser um gênio para saber que março é um dos meses mais chuvosos do ano em São Paulo. A pergunta: e se resolver cair essa água lá pelos dias 12 e 13?
Pensar agora para não chorar depois...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Deu Luiz Álvaro, por quê?


Marcelo Teixeira assumiu a presidência do Santos no finalzinho de 1999, com a responsabilidade e a ânsia de acabar com os 15 anos sem títulos de expressão. De cara, meteu a mão no bolso, colocou R$ 26 milhões no clube e foi às compras: Carlos Germano, Márcio Santos, Rincón, Valdo, Valdir Bigode etc. O título paulista bateu na trave. E só. Trouxe Edmundo e Marcelinho Carioca. Não resolveu.
Esperou quase três anos por uma conquista, que veio com um time montado quase a custo zero, por pratas da casa. Mostrou ao mundo Diego, Robinho, Alex, Elano e Renatinho. O Santos, que há tempos não sabia o que era Libertadores, quase foi campeão.
Veio Luxemburgo, montou um time consolidado e conquistou o Brasileiro de 2004. Auge. Em 2006 e 2007, dois títulos paulistas.
Não existe uma frase ou um só motivo capazes de resumir por quê Marcelo não continuou à frente do Santos FC. São vários motivos que, juntos, formam a palavra "desgaste".
Marcelo conquistou a torcida ao manter um bom relacionamento com as organizadas, deixar a Vila Belmiro bonita e tentar manter um bom contato com o exterior. Valorizou os ex-jogadores do clube, dando-lhes funções no clube e homenageando-os constantemente. Mas, como todo líder, não acertou em tudo. E, no caso dele, o acúmulo de desacertos foi fatal.
Teixeira se eternizou no poder ao alterar o estatuto do clube de uma hora para outra. Tinha a maioria dos conselheiros, capazes de aprovar orçamentos "com ressalvas". Não trouxe a oposição para perto, ao contrário. Se um opositor se manifestasse, era acusado de estar contra o Santos.
As conquistas vieram, é verdade, e o ajudaram a se manter por mais tempo no cargo. Mas nunca é demais lembrar que os quatro títulos foram ganhos com dois treinadores que não se limitam a exercer as atividades para as quais foram contratados. Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão dão palpites em tudo: desde a altura do muro do CT até a vinda de jogadores do Iraty. O Santos nada conseguiu sem eles. Carlos Alberto Silva, Giba, Parreira, Geninho, Cabralzinho, Celso Roth, Oswaldo de Oliveira, Gallo, Nelsinho Baptista, Márcio Fernandes, Cuca, Vágner Mancini...foram apenas treinadores. Não tiraram o Santos do lugar.
Leão e Luxemburgo entraram em atrito com Fábio Costa. Luxa escurraçou Giovanni da Vila Belmiro, mandou Rodrigo Tiuí embora, não segurou Léo Lima nem Luiz Alberto. Preferiu gênios como Vítor Júnior e André Belezinha. E o presidente? Deixava, melhor assim. Paga R$ 1 milhão por mês à comissão técnica e tudo bem.
Nos bastidores, Marcelo foi perdendo aliados. Diretores entregaram os cargos. Conselheiros pediram demissão, inclusive um que não gostou da aprovação do orçamento com ressalvas. O nome dele era Luiz Álvaro.
O biênio 2008/09 foi decisivo. O Santos não foi além de um vice-campeonato Paulista. Quase caiu nos dois Brasileiros. A relação desgastou. Marcelo não tinha mais o controle. Apostou todas as fichas em um projeto montado por Luxemburgo, mas o torcedor estava cansado de Luxemburgo. Não acreditava mais nesses projetos; queria mudança.
Luiz Álvaro, aquele conselheiro que saiu, apareceu como alternativa. Se o projeto era mirabolante, se ele poderia afundar o clube, ninguém sabia. Mas era uma ideia diferente. Aliados a ele, muitos ex-Teixeiristas. Eu mesmo, no dia da eleição, cumprimentei dois deles. E só no sábado foi possível perceber o tamanho do apoio a Luiz Álvaro. E ali deu para imaginar: não seria fácil Marcelo vencer. E não venceu. Luiz Álvaro teve maioria de votos nas 10 urnas.
Como fica o Santos agora? É cedo para dizer. Se Luiz Álvaro vai melhorar ou piorar, não se sabe. O que se sabe é que fará diferente. Marcelo ia fazer igual, mas o torcedor estava cansado de ser igual...