O processo é
bastante comum, e, de certa forma, natural.
O que começa
errado não pode dar certo.
O que começa com
uma mentira vai mostrar a verdade, cedo ou tarde.
E o que passa
pela supervalorização uma hora irá mostrar a cruel face da realidade.
Começou com a
mentira do motivo da viagem à Espanha.
O dirigente foi
lá por razões pessoais enquanto time jogava a primeira partida da final do
estadual.
Um dia depois
de, numa tarde fria, chuvosa e por diversas razões esquecível de uma
sexta-feira ter dito de maneira categórica que o principal jogador do time não
estava à venda. E disse um dia depois do destino desse jogador começar a ser
traçado.
Viagem por
razões pessoais e o dirigente de lá, sabendo disso, voou para Madri.
Foi o que disse
o dirigente daqui.
Quatro dias
depois da final do estadual o pai do jogador diz que a novela acabou e ele fica
no Brasil. Disse de maneira categórica, irônica e irritada. Porque a Imprensa o
irrita. Ele está anos-luz acima dos reles mortais que empunham microfones e
gravadores. Ele é o pai da Joia, o responsável pela carreira, aquele ao qual a
estrela se reporta.
Se o filho se
reporta, que maltrate o repórter.
A verdade é que
ele queria ser a estrela. Não é, nunca foi. O filho foi por ele.
Disse que a
novela estava encerrada. No dia seguinte, foi. A reunião avançou pela madrugada.
Falaram da segunda proposta. A primeira já estava aceita há muito tempo.
Restava saber de que maneira a grana iria entrar.
Veio a mirabolante
ideia: Uma parte da grana por aqui, a outra por ali e dois amistosos: um lá e
outro cá. Ou rolavam os jogos ou vinha uma grana limpa.
Aí o clube não
coube em si. Como há mais de três anos não cabe em si. Sofre de crise de
identidade. Se vê muito acima do que realmente deveria ser, pela história que
tem.
“Nossa, um dos
maiores do mundo nos chamando para um churrasco na casa deles. Claro que vamos.
É só dizer quando. Só os gigantes são chamados. E somos gigantes. Não
deveríamos nem usar o plural, porque perto de nós qualquer outro deixa de
existir. Esquece o dinheiro. Vamos brilhar lá. Cuidado, porque nossa luz ofusca
o que estiver mais ou menos perto”.
Foram. E
mancharam o nome, a história, o tamanho.
A megalomania
falou alto. O deslumbramento continua a falar alto.
Tão alto que a
declaração sobre a primeira reunião ter sido um convite do pessoal de lá passou
despercebida.
Estavam com
dezembro de 2011 na garganta.
Acharam que a
vingança é um prato que se come frio.
O churrasco foi
servido. E degustado com prazer.
Mas a
especialidade na Catalunha não é carne.
É Peixe...
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