O Santos contratou Aranha para o gol.
E Rafael subiu no telhado.
Não falou, não xingou, não gritou, não fez alarde.
Apenas disse para si mesmo: "Se esse sujeito quer ser titular, vai ter que ralar".
E Aranha vai ter que ralar.
Porque Rafael não está nem um pouco afim de ser reserva.
O que ele jogou diante do Linense não foi brincadeira.
Saiu nos pés dos atacantes, se esticou para espalmar bolas mais difíceis e foi buscar um pênalti (bem marcado, por sinal) que, sinceramente, não sei se haveria tanto esforço se a posição não estivesse ameaçada.
Foi o grande respónsável pelo placar de 4 a 1 para o Santos.
Não fosse a atuação dele e o Linense poderia ter encostado ou até empatado a partida.
Rafael é bom goleiro, fato.
Se falta experiência, se não tem quilometragem para uma Libertadores, são outros quinhentos.
Porém, Rafael mostrou algo de extrema importância e que todo jogador deveria carregar consigo como item de série.
Personalidade.
Aquela do tipo "qualidade não falta a nenhum goleiro, mas se quiser o meu lugar, vai ralar".
Aranha é bom, mas se Rafael repetir essa atuação mais algumas vezes, Adilson Batista terá de ser muito insistente para trocar o goleiro.
Faz quase 11 anos que, em uma entrevista, este que vos escreve debateu o assunto com Fábio Costa.
Fábio, então recém-chegado ao Santos, estava na reserva de Carlos Germano.
E não havia como ser titular naquele momento.
Ao ser perguntado sobre essa condição, Fábio Costa, só para variar, disse, sem meias palavras:
"Goleiro é um só. O lateral pode jogar improvisado na meia, mas no gol só cabe um. O momento é do Germano e eu vim pra cá sabendo disso. Mas o meu momento vai chegar. E quando eu entrar, não saio mais".
Vocês lembram o que aconteceu.
A propósito: belo gol do Roberto Carlos. Sei lá se o Paulinho atrapalhou o goleiro da Lusa, mas o velhinho está na mesma forma de sempre.
Ponto para o futebol.
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