Terminado o jogo entre Flamengo e Corinthians, no Maracanã, Adriano dirigia-se à sala de doping do estádio. O repórter Alexandre Praetzel, da Rádio Bandeirantes, de São Paulo, tentou ouvi-lo. Entre alguns impropérios, Adriano disse que a Imprensa só quer prejudicá-lo.
Jogador tem direito de não dar entrevistas. Mentira! Os milhares de reais previstos em contrato no trecho que debate o direito de imagem não dizem isso. Além do salário, jogador recebe (e não é pouco) para aparecer na mídia e falar. A partir do momento em que ele tem o "direito" de não falar, ganha o "direito" de não cumprir o contrato. Se bem que, no caso de Adriano, não seria novidade.
Seria, sim, interessante, o Flamengo se achar no direito de não pagar a parte que corresponde à imagem. Até porque tem um jogador que mais arranha a imagem do clube do que qualquer outra coisa.
Adriano está certo. Os jornalistas vivem em salas secretas nas redações planejando meios de acabar com a carreira dele. Todos bolam os planos mirabolantes e depois riem diabolicamente, franzindo as sombrancelhas juntamente com um sorriso maquiavélico e esfregam as mãos. Não conseguem sentir o mínimo de misericórdia de um pobre menino que só perdeu um pênalti na final da Taça Rio, depois de tantas madrugadas em claro. De uma vítima dessa coisa terrível que é a obesidade. De um inocente mocinho que passa por grandes problemas conjugais e que, por causa deles, mal consegue trabalhar. Vai ao clube quando pode ou quando quer.
Sim, Adriano tem razão, a culpa é toda da Imprensa. A mesma Imprensa que o trata como Deus quando ele está bem, quando marca três gols numa partida. Talvez se essa mesma Imprensa o ignorasse, fosse qual fosse a fase, ele acorde. Mas apenas acorde. Porque pedir para Adriano refletir (ou pensar) seria exigir infinitamente além da capacidade intelectual do menino...
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