Tive a honra de conversar com um dos maiores jornalistas esportivos do Brasil: Paulo Vinicius Coelho. Por telefone, como manda a logísitica, e rapidamente, como exige o pouco tempo que ele dispõe. Mas o suficiente para constatar que competência e humildade podem, sim, caminhar juntas. PVC reúne as duas qualidades.
O pedido foi do blogueiro: reproduzir a coluna dele, publicada domingo passado, na Folha de S. Paulo. A autorização veio de imediato e o Autobola agradece.
O texto foi escrito antes do clássico Santos x Palmeiras. Se o treinador do Santos crê em perseguição de parte da mídia esportiva, vai começar a acreditar que os números também estão contra ele. Parabéns, PVC.
PAULO VINICIUS COELHO
O pedido foi do blogueiro: reproduzir a coluna dele, publicada domingo passado, na Folha de S. Paulo. A autorização veio de imediato e o Autobola agradece.
O texto foi escrito antes do clássico Santos x Palmeiras. Se o treinador do Santos crê em perseguição de parte da mídia esportiva, vai começar a acreditar que os números também estão contra ele. Parabéns, PVC.
PAULO VINICIUS COELHO
Um clássico para o presidente
Marcelo Teixeira, que tem dado respaldo a Luxemburgo no Santos, irá sofrer se perder para o Palmeiras, digo, Muricy
Em resposta à coluna 90 Minutos, do jornal "A Tribuna", de Santos, o presidente Marcelo Teixeira cutucou Muricy Ramalho, na terça. Escreveu: "Foi Vanderlei Luxemburgo quem montou o atual grupo do Palmeiras, que lidera com folga. O técnico atual do alviverde não tem méritos na montagem do grupo, nem no trabalho posterior. Assumiu recentemente".
A mágoa de Teixeira tem data: 16 de julho. Naquele dia, o presidente do Santos formalizou a proposta para contratar Muricy Ramalho. Oferecia mais do que o Palmeiras lhe paga hoje, mas o técnico tricampeão brasileiro disse não.
Marcelo Teixeira tem razão quando diz que a montagem do grupo de atletas do Palmeiras foi feita sob o comando de Luxemburgo. Não tem razão quando diz que Muricy não tem nada a ver com a liderança.
Luxemburgo deixou o Palmeiras em quarto lugar, a cinco pontos do líder, e Muricy recebeu o time de Jorginho quando estava em segundo, com a mesma pontuação do Atlético-MG, o primeiro colocado.
Seu time fechou a rodada do último domingo cinco pontos à frente do mais próximo perseguidor. Se o Palmeiras tinha cinco pontos abaixo da liderança e hoje pode ter cinco de folga, algum mérito Muricy possui.
Marcelo Teixeira demitiu Vágner Mancini na décima rodada, com o Santos em 11º lugar. Serginho Chulapa assumiu interinamente, enquanto Teixeira tentava contratar Muricy. Dois jogos mais tarde, Luxemburgo pegou o time na 13ª posição. Hoje, o Santos é o 12º. Demitido, Mancini assumiu o Vitória na 18ª rodada, em décimo lugar. Em nove jogos, o Vitória saltou para sétimo.
É sempre difícil medir a interferência de um treinador que assume no meio da campanha.Muito mais fácil é entender que não é missão de Marcelo Teixeira analisar o trabalho do técnico do Palmeiras, como fez na terça-feira. Na Vila Belmiro, há quem se preocupe mais com o trabalho de Luxemburgo e se surpreenda com sua passividade diante de algumas atuações, como a de Fabão, no domingo passado. Recordista de títulos brasileiros, Luxemburgo costumava ser mais inquieto. Só uma vez terminou o Brasileirão abaixo do 12º lugar que hoje ocupa - em 2001, foi 18º com o Corinthians.
Como é o Palmeiras, e não Marcelo Teixeira, quem deve avaliar quem atua no Parque Antártica, vale lembrar. A direção verde julga que Luxemburgo ofereceu menos do que dele se esperava, em um ano e meio no cargo. E está feliz com Muricy.
No caso do Santos, há duas avaliações a fazer. A primeira, sobre o presidente. Marcelo Teixeira é o mandachuva do Santos desde 2000. Ainda não é oficial, mas será candidato ao sexto mandato consecutivo em dezembro. Como sua vitória são favas contadas, pode-se dizer que os sócios julgam seu trabalho bom, o que faz da outra avaliação a única que realmente conta: a do treinador.
Pelo que disse para "A Tribuna", Teixeira não tem dúvida sobre a qualidade de Luxemburgo. O técnico tem tudo para emplacar 2010 na Vila, montar um grupo desde o começo do ano, tentar fazer o Santos de novo campeão. Mesmo assim, é inegável que uma derrota hoje causará profundo desapontamento em Marcelo Teixeira. Uma derrota para o Palmeiras? Não, para Muricy.
A mágoa de Teixeira tem data: 16 de julho. Naquele dia, o presidente do Santos formalizou a proposta para contratar Muricy Ramalho. Oferecia mais do que o Palmeiras lhe paga hoje, mas o técnico tricampeão brasileiro disse não.
Marcelo Teixeira tem razão quando diz que a montagem do grupo de atletas do Palmeiras foi feita sob o comando de Luxemburgo. Não tem razão quando diz que Muricy não tem nada a ver com a liderança.
Luxemburgo deixou o Palmeiras em quarto lugar, a cinco pontos do líder, e Muricy recebeu o time de Jorginho quando estava em segundo, com a mesma pontuação do Atlético-MG, o primeiro colocado.
Seu time fechou a rodada do último domingo cinco pontos à frente do mais próximo perseguidor. Se o Palmeiras tinha cinco pontos abaixo da liderança e hoje pode ter cinco de folga, algum mérito Muricy possui.
Marcelo Teixeira demitiu Vágner Mancini na décima rodada, com o Santos em 11º lugar. Serginho Chulapa assumiu interinamente, enquanto Teixeira tentava contratar Muricy. Dois jogos mais tarde, Luxemburgo pegou o time na 13ª posição. Hoje, o Santos é o 12º. Demitido, Mancini assumiu o Vitória na 18ª rodada, em décimo lugar. Em nove jogos, o Vitória saltou para sétimo.
É sempre difícil medir a interferência de um treinador que assume no meio da campanha.Muito mais fácil é entender que não é missão de Marcelo Teixeira analisar o trabalho do técnico do Palmeiras, como fez na terça-feira. Na Vila Belmiro, há quem se preocupe mais com o trabalho de Luxemburgo e se surpreenda com sua passividade diante de algumas atuações, como a de Fabão, no domingo passado. Recordista de títulos brasileiros, Luxemburgo costumava ser mais inquieto. Só uma vez terminou o Brasileirão abaixo do 12º lugar que hoje ocupa - em 2001, foi 18º com o Corinthians.
Como é o Palmeiras, e não Marcelo Teixeira, quem deve avaliar quem atua no Parque Antártica, vale lembrar. A direção verde julga que Luxemburgo ofereceu menos do que dele se esperava, em um ano e meio no cargo. E está feliz com Muricy.
No caso do Santos, há duas avaliações a fazer. A primeira, sobre o presidente. Marcelo Teixeira é o mandachuva do Santos desde 2000. Ainda não é oficial, mas será candidato ao sexto mandato consecutivo em dezembro. Como sua vitória são favas contadas, pode-se dizer que os sócios julgam seu trabalho bom, o que faz da outra avaliação a única que realmente conta: a do treinador.
Pelo que disse para "A Tribuna", Teixeira não tem dúvida sobre a qualidade de Luxemburgo. O técnico tem tudo para emplacar 2010 na Vila, montar um grupo desde o começo do ano, tentar fazer o Santos de novo campeão. Mesmo assim, é inegável que uma derrota hoje causará profundo desapontamento em Marcelo Teixeira. Uma derrota para o Palmeiras? Não, para Muricy.
Muito bom, cara. Acho o PVC o melhor comentarista do Brasil.
ResponderExcluir"Este PVC não entende nada!". De um certo ex-editor-chefe de um certo jornal.., qdo um dos repórteres do referido diário fez um pingue-pongue com ele.
ResponderExcluirBrilhante a análise, né, Paulo? O cara é fera..e pior q tá certo: MT versão 2010 vem aí... viu a frase do Adilsinho na Folha de Hj? Pois é, Santa Universidade...
Abraços
AF
Vamos ver o Luxemburgo vai montar um time bom para o ano que vem, já que ele não conseguiu acertar o deste ano. O ideal é começar cortando os jogadores com altos salários que não rendem em campo.
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