A preocupação de Roberto Carlos em enfrentar o Palmeiras tem o mesmo tamanho da nossa preocupação com o andamento político, social e econômico em São Vicente e Granadinas. A pessoa que está menos preocupada com isso é o próprio jogador. No dia da apresentação, ele mandou o recado. "Minha época no Palmeiras foi maravilhosa, mas já passou".
Pouco se lixar para o fato de enfrentar o ex-clube não é exclusividade do hoje corintiano Roberto Carlos. Jogador que é profissional não dá a mínima para isso. Naquele dia e naquele horário, ele defende o clube que paga o salário dele e acabou. Se jogador ligasse para paixão e rivalidade, não teríamos os cerca de 7 mil exemplos que a história mostrou.
Viola era do Corinthians, fez gol no Palmeiras e imitou um porco. Quando jogou no Palmeiras, fez gol no Corinthians e imitou um gavião.
Romário, ídolo no Vasco, jogou pelo Flamengo e mandou a torcida cruzmaltina calar a boca. Foi marcar o tal milésimo gol em São Januário.
Tinga era um bom jogador no Grêmio e foi se tornar campeão da Libertadores no Internacional.
Luís Figo levou uma chuva de latas e garrafas no Camp Nou, quando retornou a Barcelona para jogar pelo Real Madrid.
Dodô acabou com o Botafogo na última semana. Há onze anos, no jogo de estreia pelo Santos, marcou o gol da vitória sobre o São Paulo que o revelou.
E tem mais, mais, muito mais.
E quem paga a conta? O torcedor, que ainda acha que jogador tem amor ao clube. Só isso justifica as notas de dólar com a cara do Rincón quando ele trocou o Corinthians pelo Santos e a chuva de moedas em um certo treinador na Vila Belmiro em 1998. Já passou da hora de acordar: eles não estão nem aí. Trouxa é você se for para a arquibancada gritar "uh, mercenário!".
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