segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Mas é estranho


Lionel Messi vai receber hoje o prêmio de melhor jogador do mundo, salvo se houver uma tremenda reviravolta. Mas o que é o melhor jogador do mundo? Quem chega a esse patamar?
Dizer que Fulano de Tal é o melhor do mundo em sua área é uma pretensão altíssima. Seria necessário verificar todos os profissionais do planeta, fazer uma avaliação isenta, chegar a um consenso e bater o martelo. No futebol, seria necessário ir a 204 países e verificar 242 milhões de jogadores profissionais (dados da Fifa em 2002). Ou seja, não dá.
Então, há um cálculo que pode ajudar a eleger o melhor. Os melhores jogadores de vários países são distribuídos pelos clubes europeus, que dispõem de poder aquisitivo para pagar aquilo que eles valem. Esses clubes disputam o título em cada país (alguns vencem) e, na temporada seguinte, são reunidos na Liga dos Campeões da Europa. Essa competição tem um campeão e, via de regra, um jogador desse time arrebenta e faz a diferença. Se esse jogador é um dos melhores do país dele, está num clube de ponta, disputou uma competição com adversários do mesmo patamar e venceu, é o melhor. E, nos últimos anos, o Mundial Interclubes só confirma a tendência desenhada meses antes.
O prêmio que Messi receberá hoje é a consequência do que fez Cristiano Ronaldo pelo Manchester United em 2008, e o mesmo que Kaká fez pelo Milan em 2007.
Mas que há coisas estranhas, há. E não dá para tirar a razão de quem defende algumas teses. Primeiro: desde 1991, apenas um jogador da defesa levou o prêmio; Fabio Canavarro, em 2006. Isso quer dizer que, na avaliação, só quem faz a diferença lá na frente merece o prêmio. Coitado do goleiro. Pode pegar 10 pênaltis por jogo que não será lembrado. O único cogitado não merecia o prêmio. Lembram da Copa de 2002? Oliver Khann eleito o melhor jogador, enquanto Rivaldo e Ronaldo ganhavam o título para o Brasil?
Segundo; muitos perguntam: e quem diz que lá na África não tem alguém melhor que Messi? Pode até ser que tenha e, sinceramente, concordo quando alguém diz que os brasileiros que ganharam esse prêmio não seriam lembrados se não tivessem ido para a Europa. Mas aí caímos na história de visitar mais de 200 países todos os anos.
Por essas e por muitas outras, o prêmio vai para Messi. E em 2010, fiquemos de olho da Champions League.

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