terça-feira, 9 de maio de 2017

A hora da prova


Lewis Hamilton terá, em Barcelona, a mais cristalina possibilidade de sua carreira (e quiçá de sua vida) de mostrar ao mundo, à Fórmula 1, ao automobilismo e a si mesmo que tem um grande currículo por estar entre os grandes. O momento nem de longe é favorável ao tricampeão do mundo e apresentar motivos para ser lembrado pelas três conquistas pode ser maior do que um bom resultado no GP da Espanha.
Aos fatos: Hamilton ainda não entrou do campeonato de 2017. É o vice-líder, ok, mas já são 13 pontos de diferença para Sebastian Vettel que, só por estar na liderança, mostra que Hamilton tem muito mais adversários do que imagina. Até porque eles não estão limitados ao hospitality center da Mercedes.
A Ferrari foi bem, muito bem nos testes de início de ano. E, ao contrário do que fora projetado, 2017 aparece como um ano que foge à regra do treino é treino e corrida é corrida. O time vermelho venceu duas das quatro etapas, colocou seus dois carros na primeira fila na Rússia e tem o líder do campeonato. A julgar pelo fato dos testes de início de temporada terem sido realizados em Barcelona e a próxima etapa ser lá...quem é o favorito??
Ao entrar nos boxes de seu time para pensar na resposta, Hamilton vê um jovem finlandês, bastante compenetrado e com uma imensa vontade de vencer. Tanto que venceu a primeira na última etapa, levou Mr Lauda a olhar para o time e dizer "viram como eu estava certo?" e elevou seu moral lá dentro a níveis bem mais elevados. Já tinha sido pole no Bahrein e vem confirmando com o tempo a tese do grande piloto que só precisava de um bom carro.
Hamilton não foi tricampeão por acaso. Nem em 2008, quando o conjunto da obra e as escorregadas ferrarianas o levaram à primeira conquista, nem em 2014 e 2015, quando, mesmo com mais moral que Rosberguinho, enfrentou uma disputa interna mais ou menos bastante árdua. Não havia a intenção dele repetir as tretas do passado com Bottas, mas vai que o finlandês consiga umas poles ou uma vitoriazinha a mais...vontade e talento não lhe faltam...
O tetra depende mais de Hamilton do que de qualquer outro. A Ferrari cresce, mas ainda não pega as Mercedes acertadas e com pilotos dispostos. Um deles já mostrou que está.

Nenhum comentário :

Postar um comentário