Já passa das 5 da manhã.
Na verdade, daqui a pouco serão seis.
Faz parte, faz todo o sentido.
Acabei de chegar do Pacaembu.
E estou tantando até este instante em que o silêncio fim da madrugada é quebrado por um um outro rojão perdido entender o que aconteceu.
Ou seria entender o que não aconteceu até esta data?
Porque eu vi. Meninos, eu vi. E vi o que achei que jamais veria. Jamais.
Ouvi as histórias que meu pai contou sobre o time que foi o melhor, que venceu o continente por duas vezes e que já naquele tempo era mostrado como uma história distante, talvez casual, que jamais tornaria a ocorrer.
E vim por uma escura rodovia tentando entender ou contar em palavras o que é torcer.
Porque há uma geração nova, sem vivência, muito mal acostumada depois de tudo o que aconteceu nos últimos 9 anos.
Sou de outra geração. Aquela que não viu, a que ficou no quase, a que passou muito longe, a que acreditou ser impossível.
Porque nem Sócrates resolveu. Porque nem Giovanni conseguiu; foi anulado por um certo Márcio. Porque nem a passgaem pelo vizinho Uruguai resolveu.
Afinal, de que adianta ter Rodolfo E Hugo De Léon se lá na frente havia Osmarzinho, Arizinho e Edelvan?
Tempos difíceis...
Um Torneio Início, um primeiro turno estadual e só.
Aliás, a geração mal acostumada sequer cogita saber o que significa Torneio Início.
Nos anos 90, não importava ser campeão, importava ganhar dos rivais mais, digamos, próximos.
Um deles festejava continente e oriente afora na mesma época.
Mas o importante era ganhar deles e carimbar a faixa.
Receber uma faixa? Bom se der, quem sabe...
Começou a chegar perto. Vieram os treinadores de nome e renome.
Veio aquela geração, a conquista improvável e uma batida na trave.
Na trave numas, porque veio um pessoal de azul e amarelo muito mais tarimbado que o conjunto pueril que havia se mostrado meses antes.
A rotina de conquistas e quase conquistas foi retomada.
Mas faltava aquela. Não dava mais para fazer parte do passado.
E eu vi. Sim, meninos, eu vi.
E vi não só o fato em si como uma realidade por décadas intangível.
Por isso o sono não veio. Virá, cedo ou tarde.
Mas para que dormir se você pode curtir mais o momento?
Afinal, apenas parece, por vezes foi, mas hoje não é um sonho...
Só de ver 1962 / 1963 / 2011 dá um arrepio... O que você escreveu é isso aí. Mas a verdade é que houve Justiça. O Santos FC é grande demais para ficar tanto tempo no ostracismo. Hoje o futebol foi justo. O Santos é o primeiro brasileiro campeão da Libertadores e não é só isso. Agora é também o campeão mais recente. Isso sim. Grande abraço Paulo. Boa noite.
ResponderExcluirBom dia, Paulo! Pra quê dormir, se o sonho se encontrava realizado? Pra quê dormir se já não é mais necessário sonhar o dia em que este clube de passado glorioso se tornasse um gigante do presente? Pra quê dormir se não é mais necessário sonhar que teríamos um atacante com jeito moleque, drible desconcertante e que joga uma final como se estivesse na pelada com os amigos? Pra quê dormir se não é mais necessário sonhar em gritar "TRICAMPEÃO"? pra quê dormir se o que tudo que sonhamos se tornou realidade?? Parabéns a todos nós, santistas, ao clube, a cada jogador que participou de pelo menos um jogo desde a Copa do Brasil 2010. Aos campeões da América!
ResponderExcluirPois é, Paulo! Somos da mesma geração sofrida pela escassez de títulos. Finalmente vimos de perto o que nossos pais e avós viram. Os torcedores dos outros clubes acham (ou querem achar para tentar se justificar) que conquistas de antigamente não valem tanto quanto as de hoje. Parece até que troféus prescrevem ou que a bola não era redonda, o que é uma mentira deslavada. Puro despeito. Um grande abraço que vale por três!
ResponderExcluirO Santos é campeão. Nunca mais vou ouvir graça do tipo "vocês são um Guarani com Pelé". E isso não tem preço. Assim como não tem preço ver minha avó de 77 anos sorrir de orelha a orelha após a conquista. Ela viu 62 e 63 de pertinho, esteve na Praça Independência e voltou para lá na quarta-feira. Foi rápido, mas foi emocionante. E por isso tenho orgulho de ser santista. Algo que com palavras eu não consigo sintetizar!
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