Existem momentos na vida de qualquer profissional que fazem com que ele se sinta realizado.
Não sei se é o ponto máximo, mas talvez seja um dos mais difíceis de chegar e algo que poucos conseguem.
São momentos que fazem você bater no peito com orgulho e dizer qual é a sua profissão.
No caso do jornalista esportivo, um desses momentos é você estar diante de Sua Majestade.
E não é para venerar o homem.
Mas Pelé é cidadão do mundo. É um cara visto, reconhecido e aplaudido no planeta todo.
Não há um país, um estado, um povoado, onde não haja aglomeração para vê-lo, para aplaudi-lo.
E de repente aquele cidadão dos quase 1.300 gols, dos cinco títulos mundiais (dois pelo Santos), das jogadas geniais está ali, na sua frente, acessível.
Não foi a primeira oportunidade para este que vos escreve. A primeira entrevista foi há quase 12 anos, no CT que tem o nome dele, mas cada uma tem um valor maior, especial. E olha que já tivemos entrevistas no gramado da Vila Belmiro, no camarote dele e até uma por telefone, numa daquelas tentativas que o jornalista faz para "ver no que vai dar".
E deu.
Pelé é um entrevistado como outro qualquer? Não.
Porque Pelé anda sem seguranças.
Porque Pelé não faz distinção de veículo de comunicação, não faz gracinhas para a 'Grobo' e fecha a cara aos demais.
Porque Pelé não nega um autógrafo ou uma foto, e olha que normalmente as filas são quilométricas.
Porque Pelé não perde a humildade jamais.
Porque Pelé é uma lição de vida para uma molecada que mal faz a barba, mas manda seguranças empurrarem fãs e jornalistas. Talvez por medo de desmanchar o topete.
Porque Pelé dá uma lição para craques fenomenais que silenciam diante dos microfones até que o logotipo da Globo apareça. Só então começa a falar.
Porque Pelé é uma aula.
Pelé errou? Sim.
Eu também errei.
E você também...
Nenhum comentário :
Postar um comentário