quinta-feira, 24 de agosto de 2017

1997 + 10 = 2003

A Copa do Brasil caminhava para uma reedição da final de 1997 quando, em 10 pênaltis, avançou seis anos para repetir 2003. Cruzeiro e Flamengo compõem, em 2017, uma decisão bem mais improvável do que há 14 anos, quando o time mineiro sonhava com a tríplice coroa que alcançaria no final daquela temporada e o Rubro-Negro, entre acertos e erros, vivia o polo positivo. 
Deveria a Copa do Brasil repetir 1997 pela consistência gremista, muito mais que a cruzeirense no contexto e muito menor nos 90 minutos de partida no Mineirão, sobretudo nos 45 minutos finais, quando o time de branco (aliás, por que o Cruzeiro jogou de branco??) esteve melhor, mais objetivo e com maior sede de buscar os gols que lhe dariam a classificação. Conseguiu o gol e a classificação no que erroneamente chamam de loteria.
O Grêmio priorizou sempre a outra competição. Poupa no jogo desta para se guardar e estar bem na outra. Perdeu a chance de se aproximar de um disparado Corinthians no Brasileiro ao empatar em casa com o Atlético-PR porque se poupava para a Copa do Brasil.
Na Copa do Brasil se poupou para a Libertadores?? Porque na Libertadores não dá para se poupar para o Mundial...
E não tem loteria. Tem capacidade, competência e cabeça no lugar em um momento decisivo. Porque os 7,32 por 2,44 metros ficam bem pequenos quando o pênalti vale vaga na final. O Cruzeiro não foi excepcional nas cobranças, mas teve mais competência. e teve Thiago Neves.
Em 2003 venceu o contexto na final. Não há contexto em 2017. O que havia ficou pelo caminho
Teremos uma final aberta.

sábado, 22 de julho de 2017

Dez anos. Jamais esqueceremos

Dez anos, uma década, 120 meses, 3.652 dias, sei lá quantas horas, quantos minutos ou segundos.
Jamais esqueceremos...

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Há esperanças II

Sei lá, tem horas que não precisa falar muito...

Há esperanças I

Essa corrida foi boa, sim.
E em uma edição com menos de seis minutos fica ainda melhor.
Há esperanças...

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Hoje sim...hoje sim???

12 de maio de 2002.
Depois de trabalhar na concentração dos 10Km Tribuna FM e de acompanhar a largada da prova, subi para a redação do Expresso Popular, no 10º andar.
Estava só o Duda, contínuo, na redação, acompanhando as primeiras voltas do GP da Áustria.
Foi há 15 anos.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Reunião dos 7, ou 14


Sebastian Vettel, 4
Lewis Hamilton, 3
Fernando Alonso, 1
Kimi Raikkönnën, 1...
Liga não, estava só tentando umas contas por aqui. Como se jornalista fosse bom de contas.
Em 1993, mais precisamente no dia 9 de maio, o pódio de Barcelona reunia, naquele GP da Espanha, seis títulos mundiais.
Se pudéssemos juntar os três hoje, seriam 14.
E só não são mais porque o de vermelho saiu de cena cedo demais.
E os três jamais compuseram um pódio novamente.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

10 de maio de 1997

Não é pela partida em si. Primeira fase de um Campeonato Paulista e nada mais.
Não é pela vitória santista. Resultado normal, como seria normal se o Corinthians tivesse vencido. Clássico é isso.
Não é pelo aniversário de Vanderlei Luxemburgo.
É pelo fato curioso: exatos 20 anos daquela noite de sábado.
É pela maneira como Müller decidia um clássico. Minutos finais e pressão do Corinthians. A bola chega e ele bate como se estivesse na sala de casa.

terça-feira, 9 de maio de 2017

A hora da prova


Lewis Hamilton terá, em Barcelona, a mais cristalina possibilidade de sua carreira (e quiçá de sua vida) de mostrar ao mundo, à Fórmula 1, ao automobilismo e a si mesmo que tem um grande currículo por estar entre os grandes. O momento nem de longe é favorável ao tricampeão do mundo e apresentar motivos para ser lembrado pelas três conquistas pode ser maior do que um bom resultado no GP da Espanha.
Aos fatos: Hamilton ainda não entrou do campeonato de 2017. É o vice-líder, ok, mas já são 13 pontos de diferença para Sebastian Vettel que, só por estar na liderança, mostra que Hamilton tem muito mais adversários do que imagina. Até porque eles não estão limitados ao hospitality center da Mercedes.
A Ferrari foi bem, muito bem nos testes de início de ano. E, ao contrário do que fora projetado, 2017 aparece como um ano que foge à regra do treino é treino e corrida é corrida. O time vermelho venceu duas das quatro etapas, colocou seus dois carros na primeira fila na Rússia e tem o líder do campeonato. A julgar pelo fato dos testes de início de temporada terem sido realizados em Barcelona e a próxima etapa ser lá...quem é o favorito??
Ao entrar nos boxes de seu time para pensar na resposta, Hamilton vê um jovem finlandês, bastante compenetrado e com uma imensa vontade de vencer. Tanto que venceu a primeira na última etapa, levou Mr Lauda a olhar para o time e dizer "viram como eu estava certo?" e elevou seu moral lá dentro a níveis bem mais elevados. Já tinha sido pole no Bahrein e vem confirmando com o tempo a tese do grande piloto que só precisava de um bom carro.
Hamilton não foi tricampeão por acaso. Nem em 2008, quando o conjunto da obra e as escorregadas ferrarianas o levaram à primeira conquista, nem em 2014 e 2015, quando, mesmo com mais moral que Rosberguinho, enfrentou uma disputa interna mais ou menos bastante árdua. Não havia a intenção dele repetir as tretas do passado com Bottas, mas vai que o finlandês consiga umas poles ou uma vitoriazinha a mais...vontade e talento não lhe faltam...
O tetra depende mais de Hamilton do que de qualquer outro. A Ferrari cresce, mas ainda não pega as Mercedes acertadas e com pilotos dispostos. Um deles já mostrou que está.

2017, 16, 15, 14...

Frases que serão ditas e ouvidas de agora até o fim do Campeonato Brasileiro:
"Pintou o campeão" (depois da primeira rodada).
"Esses são os favoritos ao título" (os mesmos de sempre mais o time do coração, em uma análise isenta e imparcial).
"O futebol do Rio e de São Paulo tem que aprender com esse estado" (quando um time qualquer vence nas três primeiras rodadas).
"O time começou mal, mas se recupera. Estamos só no começo do campeonato".
"É uma maratona. Tem jogo quarta e domingo".
"Acho que se perder mais uma o treinador cai".
"Esse time pequeno é a sensação do campeonato".
"Nas últimas edições do campeonato, quem venceu o primeiro turno ficou com o título no fim"
"Era candidato ao título, mas ainda pode brigar por uma vaga na Libertadores".
"Essa janela da Europa enfraqueceu o time".
"Não adiantou trocar o treinador. O problema é o time".
"Era candidato à vaga na Libertadores, mas ainda dá para entrar na Sulamericana".
"A média de gols está altíssima, mesmo com o artilheiro do campeonato tendo marcado 10 gols".
"O time grande está ameaçado de queda. Você é a favor da mala branca?"
"É, caiu. Estava tudo errado desde o começo".
"Foi campeão. Já imaginava".

domingo, 26 de junho de 2016

Um pouco além do resultado

O torcedor do Santos do início dos anos 90 estaria com a semana conquistada e, quiçá, o mês de julho, com uma vitória por 3 a 0 sobre o São Paulo no Pacaembu. Rivalidade, histórico, palco da partida, tudo levaria a um êxtase sem igual para alguém que se aproximava do ano 10 sem comemorar um título (e amargaria muito mais que isso) e via, em paralelo, o adversário da tarde de domingo erguer taças sistematicamente.
Mas não seria apenas isso.
Porque o São Paulo do início dos anos 90 não era apenas um time que jogava como se fora uma orquestra. Era uma equipe que disputava a partida de quarta à noite, com chuva, em Borboleta do Catupiry, como se estivesse no Nacional de Tóquio enfrentando o Barcelona, valendo o Mundial Interclubes. Jamais se entregou com facilidade, jamais aceitou uma derrota, jamais achou normal sair de um clássico de cabeça baixa, reconhecendo a superioridade do adversário.
O São Paulo de 2016 se porta desta maneira, E valoriza ainda mais a vitória santista.
Porque o Santos do início dos anos 90 não era ruim, mas vencer um adversário arrumado como aquele São Paulo era fato a ser comemorado e muito. o Santos de 2016 é o time arrumado, que soube se acertar e conseguiu o devido entrosamento. E vence o São Paulo de 2016 como se enfrentasse o time pequeno lá de Borboleta do Catupiry. 
Não foi o placar, 3 a 0 nu e cru. Foi a forma como esse prato foi preparado. Entram nesse contexto o domínio santista, o toque de bola envolvente, a maneira como soube se portar diante das investidas são-paulinas. 
Renato foi o mestre no Pacaembu e ensinou Thiago Maia. Lucas Lima e Vitor Bueno foram a genialidade. Gabriel e Rodrigão, o complemento, embora Gabriel precise trabalhar a mente. Se expõe demais ao entrar em qualquer desavença. pode ficar visado por árbitros e adversários. Não precisa disso, Tem muito talento e não pode desperdiçá-lo com coisas pequenas.
"Ah, mas o Bauza poupou uma parte do time para a Libertadores". Ok, vamos lá: se o cidadão não tivesse condições, não vestiria a camisa do São Paulo. Se ele poupa e o São Paulo vence, imaginem as senhoras e os senhores o que colegas iriam publicar enaltecendo a genialidade do homem e a destreza do Tricolor. E, se for para poupar, voto com o relator Walter Casagrade Jr: então que nem treinem.
Falo da maneira passiva como o São Paulo aceita algumas derrotas e o que aconteceu no Pacaembu mostrou de maneira clara. Calleri, sim, foi voluntarioso. Tanto que exagerou ao tentar tirar a bola de Vanderlei. Luiz Araújo mostrou que estava a fim de incomodar. Mas só. Pouco para o São Paulo. Pouco para um clássico.
O Santos, sim, mostrou vontade, talento e entrosamento. E o resultado mostrou o que foi a partida. O santista de 2016 está acostumado às decisões de títulos e uma vitória no clássico talvez não garanta a semana. Mas a noite de domingo e a manhã de segunda-feira, sim.